sexta-feira, 26 de outubro de 2007

PERDER O VAZIO É EMPOBRECER

minha solidão é vasta e silenciosa. não é triste, nem alegre. é mansa. quer calar, quer entender. quer desapegar-se de tudo. quer antes ouvir do que falar. não quer conselhos alheios, apenas os próprios. é egoísta, não divide. não está disposta. não quer, não vai, não faz. vê filmes, ouve músicas, lamenta não ter tido tempo para livros não-profissionais. espanta-se - ainda! - com a ironia da vida. atravessa oceanos. alcança montanhas de terras distantes, onde tudo é terracota. sente muito. cala fundo. sonha adoidado. pensa, pensa demais, e espera. é paciente, e muito racional. por vezes, distrai-se com coisas mundanas: cargo, carro amarelo, roupas e cabelo novos. noutras, com coisas divinas: um fim de tarde lilás ou a lua cheia de outubro. distancia-se do mundo. e vai tomando a dolorosa consciência do tempo.

sábado, 20 de outubro de 2007

ALMAS IMORAIS

enquanto a vida prática continuava a me absorver completamente e eu enlouquecia com os preparativos para a próxima varredura do MEC, elas se encontravam de novo. desta vez não em ipanema, mas no mesmo rio. deus sabe como eu queria ter estado lá, brindando com elas ao delicado da vida, escrevendo em guardanapos, falando de imperativos categóricos e da poesia cotidiana. a vida há de prover uma nova calçada de ipanema para nós, minhas tris... ah, há!