terça-feira, 31 de março de 2009

faixa treze

lying in my bed i hear the clock tick,
and think of you
caught up in circles
confusion is nothing new
flashback to warm nights
almost left behind
suitcase of memories,
time after...
sometimes you picture me
i'm walking too far ahead
you're calling to me, i can't hear
what you've said
then you say: go slow
i fall behind
the second hand unwinds
if you're lost you can look and you will find me
time after time
if you fall i will catch you

i'll be waiting
time after time
if you're lost you can look and you will find me
time after time
if you fall i will catch you

i'll be waiting
time after time
after my picture fades

and darkness has turned to gray
watching through windows

i´m wondering
if you´re ok
secrets stolen from deep inside
the drum beats out of time

if you´re lost...
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porque hoje eu dirigi ouvindo essa música, time after time.
[e porque eu já tive uma gata chamada cindy (lauper)]

sábado, 28 de março de 2009

do outro lado

mais um belo filme fora do circuito. trata-se de uma co-produção turco-alemã justamente premiada em alguns dos mais importantes festivais europeus, incluindo melhor roteiro em cannes 2007. o mote é o entrelaçamento de vidas supostamente distantes e intangíveis. adorei. talvez porque eu tenha a nítida sensação de que somos mesmo apenas os peões no jogo dos deuses.
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p.s.: destaque para a belíssima trilha sonora.

quarta-feira, 11 de março de 2009

o gabarito

1. quando eu tinha treze anos, fui convidada para ser angelicat (leia-se ‘paquita da angélica’) e não aceitei. (V)

era julho de 1989. eu voltava do festival nacional de dança de joinville, acompanhada da minha mãe e da minha irmã, e paramos no rio para visitar uns tios e primos que ainda vivem no mesmo endereço da nascimento silva. foi a primeira vez que eu fui ao rio e ainda lembro do encantamento que foi sair do túnel rebouças, no caminho entre o galeão (hoje tom jobim) e ipanema, e dar de cara com o cristo, iluminado, lá no alto. era noite. lembro-me de termos nos hospedado num hotel da visconde de pirajá, bem próximo à esquina da farme, onde até a penúltima vez que estive lá havia o primeiro mc donald´s em que comi na vida. naquele então, minha prima – a nana – era angelicat e trabalhava como assistente de palco da angélica no clube da criança fazia já alguns meses. eis que, neste contexto, lá fui eu, com ela, passar um dia inteiro na extinta rede manchete (que ficava naquele prédio bonito do niemeyer, na frente do aterro do flamengo), acompanhando a gravação sucessiva de uns cinco programas, que foram ao ar numa mesma semana, alguns dias depois. eu era, então, uma pré-adolescente do final dos anos 80, e aquilo, para mim, naturalmente, foi o máximo: passar um dia numa das maiores redes de televisão do país (para quem não lembra, os bloch eram donos de um verdadeiro império!), com direito a almoçar com os artistas no refeitório comum e a transitar livremente pelos bastidores e camarins... e foi assim que veio o convite, da boca de um dos produtores... e eu tive de recusar porque, entre outras coisas, eu não morava no rio. [e não, clarita, não era necessário ser loira. só havia esse pré-requisito para paquitas. minha prima era (é) morena e pelo menos duas outras angelicats dessa época, a elaine e a marcela, também eram. acho que só havia uma loira na época, que se não me falha a memória atendia pelo nome de rosy. e depois que a nana e a marcela saíram, entrou a giovanna (antonelli), que também era (é) morena].

2. eu quase morri eletrocutada em madrid. (V)

foi em dezembro de 2000. não me perguntem como, mas eu consegui deixar cair um secador de cabelo ligado na tomada numa pia cheia d´água (que na ocasião funcionava como um ‘balde’ que deveria gelar uma garrafa de leite – uma coisa dessas obviamente não poderia dar certo!). eu estava descalça, molhada e enrolada numa toalha igualmente molhada. num impulso, meti a mão dentro d´água para salvar o secador. só estou aqui para contar a história porque, no exato momento em que minha primeira ponta de dedo tocou a água, o disjuntor disparou e acabou com toda a luz do hotel convención pelos quarenta minutos subseqüentes. sim, por literalmente um triz eu não voltei morta, e preta, da minha lua-de-mel! o mais curioso é que agora em dezembro eu queimei outro secador na espanha, desta vez em santiago, e ele levou junto toda a luz do prédio da flá por pelo menos uns vinte minutos (até nós acharmos o tal do disjuntor!). e, não, eu não sou desastrada - meus secadores de cabelo é que já nascem destinados a morrer na espanha.

3. eu já dancei a ave maria de gounod, de calcinha e sutiã, ao meio dia, no palco externo do teatro josé de alencar. (V)

coisa que saiu da cabeça (maravilhosamente louca) do fernando mendes – que Deus o tenha! éramos eu, carlota, vilemara e christiane, de calcinha e sutiã, escandalizando o povo, debaixo de um escaldante sol de meio dia, e em cima de uns cavaletes (uma coisa meio deborah colker), naquele jardim maravilhoso do burle marx. e a ave maria de gounod no mundo! isso foi em algum dia entre 1991 e 1993 e agora eu sei porque ‘jesuismechicoteia’ até hoje [não foi candy shop que eu dancei pelada em cima da mesa da santa ceia não!].

4. eu perdi um irmão. (V)

eu tinha mais ou menos uns quatro anos quando meus pais me deixaram na casa da minha avó esther e ficaram de me trazer um irmãozinho, que não chegou. não tenho muito mais referências do fato porque foi um episódio familiar doloroso sobre o qual durante muitos anos evitamos, todos, falar. só sei que a bolsa da minha mãe rompeu antes dos nove meses de gestação e o médico esperou tempo demais, e que eu gostaria, muito, de ter tido esse irmão. sempre tive a sensação de que eu teria tido com ele a afinidade que nunca tive com minha irmã.

5. eu perdi um bebê. (V)

foi no final do ano passado. tive o que a medicina chama de aborto espontâneo retido, coisa comum na primeira gravidez. descobri numa ultrassom de rotina, às onze semanas de gestação. foi bem triste e ainda não me sinto preparada para falar muito mais sobre o assunto.

6. quando eu morava na espanha, os meus colegas do curso de espanhol para estrangeiros achavam que eu era filha do presidente do brasil. (V)

essa é engraçada. era 1995 e eu fazia um curso intensivo de espanhol para estrangeiros nas imediações da calle princesa, em madrid. éramos eu e minha prima carol, brasileiras; um casal de japoneses; um casal de americanos; um alemão; algumas holandesas; e um árabe, o rabah. o rabah era super engraçado e me ensinou a escrever, da direita para a esquerda, o meu nome em árabe, que ficou parecendo uma bonequinha. do nada, só para zoar, ele inventou que eu era filha do presidente do brasil. as holandesas tinham amigas holandesas em outras turmas e estava formado o fuzuê. na hora do intervalo, chovia de gente na porta da nossa sala para conhecer ‘a filha do itamar’. e de nada adiantava eu dizer que era invenção dele, porque ele dizia que eu não admitia por questões de segurança... acho que até hoje tem gente aí pelo mundo que conta que estudou espanhol com a filha do presidente do brasil.

7. eu tenho intolerância à lactose. (V)

descobri há uns dois anos. desde então, só tomo leite de soja. me recuso a tomar lactase sintética (a enzima que produzo menos do que necessitaria para metabolizar a lactose, açúcar presente no leite e derivados) e vou controlando como dá. passei três meses sem comer absolutamente nada que contivesse lactose. nessa época, descobri que quase tudo contém lactose ou o que eles chamam de ‘traços de leite’. comer fora de casa era quase impossível. só dava para comer sushi, sem queijo. hoje até posso comer pizza e sorvete, só não dá mais para comer os dois no mesmo dia.

8. minha mãe foi operada de apendicite quando estava grávida de mim. (V)

ela estava com três meses de gravidez e começou a sentir alguns sintomas. naquela época, a medicina não dispunha de métodos para comprovar o diagnóstico e o médico resolveu operá-la ‘no escuro’, porque coincidentemente a mulher dele tinha tido a mesma coisa, também grávida, alguns meses antes, e era apendicite. numa situação dessas, se a pessoa não opera, o apêndice pode supurar e o risco de morte é iminente. e foi assim que, mesmo não garantindo a sobrevivência do bebê (que no caso era eu!), ele resolveu operar a minha mãe. e era apendicite. e a operação foi um sucesso. e eu sobrevivi.

9. meu pai foi atropelado por um ônibus quando tinha 7 anos de idade. (V)

triste, mas também é verdade. ele foi comprar pão, soltou a mão do empregado, correu e não viu o ônibus - sabem como é criança. saiu até no jornal, com a fotinha dele da primeira comunhão – a mesma que estampa um porta-retrato na casa da minha mãe. outro dia, a minha avó me mostrou o jornal amarelado e eu não gosto nem de lembrar do que dizia a manchete sobre a foto. foi bem grave. ele passou vários meses deitado e teve praticamente que reaprender a andar, tadinho! mas superou, e hoje joga tênis toda terça e quinta de manhã. e tem só uma cicatrizinha desfalecida na barriga, onde teve de operar a bexiga, que estourou.
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viram só a pegadinha? todas as alternativas verdadeiras... mas eu falei que o meme era adaptado... pra vocês verem como todas essas coisas podem acontecer a uma só pessoa, numa só família, ainda mais se essa pessoa for eu, e essa família for a minha.

domingo, 8 de março de 2009

v ou f

1. quando eu tinha treze anos, fui convidada para ser angelicat (leia-se 'paquita da angélica') e não aceitei.
2. eu quase morri eletrocutada em madrid.
3. eu já dancei a ave maria de gounod, de calcinha e sutiã, ao meio dia, no palco externo do teatro josé de alencar.
4. eu perdi um irmão.
5. eu perdi um bebê.
6. quando eu morava na espanha, os meus colegas do curso de espanhol para estrangeiros pensavam que eu era filha do presidente do brasil.
7. eu tenho intolerância a lactose.
8. minha mãe foi operada de apendicite quando estava grávida de mim.
9. meu pai foi atropelado por um ônibus quando tinha 7 anos de idade.
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marquem v ou f que eu passo o gabarito no próximo post.
[meme, adaptado, da jana - a falta do que fazer nos meus domingos está me matando!]

sexta-feira, 6 de março de 2009

sawyer´s mistake

3 anos não é tempo suficiente para se esquecer um grande amor.
[es-tu-pe-fa-ta com o oitavo episódio da quinta temporada de lost, que acabo de assistir]
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sem mais para o momento.

terça-feira, 3 de março de 2009

sinal de fumaça

queridos, apenas para fazer um sinalzinho de fumaça e dizer que, apesar da falta de exposição da minha figura nesta biroska nos últimos dias, ainda vivo e ainda me acontecem coisas, e me ocorrem pensamentos. aí vão alguns aleatórios:
*desde ontem dou de cara com a lua na subida da rampa que me leva ao portão da osvaldo cruz, na saída do trabalho. bonita que só, mesmo meio encoberta por uma nuvem fina e não estando cheia. uma pequena alegria dos meus dias - das minhas noites, para ser mais exata.
*ameaça cair uma chuva torrencial sobre fortaleza. saiu até no jornal: três dias e três noites de tempestade sem parar. eu, com todo o meu respeito (leia-se pavor) a fenômenos da natureza com pontecialidades apocalípticas, me empenho apenas em manter minha despensa garantida para qualquer eventualidade.
*e por falar em comida, já emagreci 4 dos (pelo menos) 7 quilos que me propus a secar. projeto couro e osso a todo vapor.
*apesar de estar um tanto saturada com algumas coisas no trabalho, e já começar a considerar seriamente as possibilidades de um plano b, que inclui um doutorado aqui ou fora, confesso que nunca me senti tão útil e importante numa função. tenho aprendido a perceber e valorizar minhas competências e a vida tem me confirmado que 'o que é do homem, o bicho não come'.
*e por falar em trabalho, descobri hoje que minha alcunha na faculdade, entre alunos - e alunas - de primeiro a décimo semestres, é 'deusa grega'. estou certa de que há alguma sacanagem ou ironia implícita, que ainda descobrirei, motivando esta nomeação, mas fiquei feliz por não ser conhecida por coisas piores, como 'dançarina de lambada', por exemplo. só fiquei aqui a (over)pensar em que deusa seria eu: atenas, themis, afrodite, hera, ... ???? - aceito palpites.
*voltar para a academia (nem que seja a daqui do prédio), para a análise e para o francês. preciso encontrar uma maneira para estes três retornos. desejem-me sorte e, sobretudo, coragem.