quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

anjo de mim

e hoje eu sonhei e falei com o meu amor que está nos estados unidos, morrendo de frio e de saudades. eu sei que existem certas ligações que nem um oceano inteiro é capaz de desfazer, mas no dia em que nós pendurarmos uma faixa de boas-vindas de volta bem na frente de um prédio da maria tomásia, e eu fizer uma receita inteira de petit gateau para ele, meu coração vai explodir de felicidade. amor maior não pode existir.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

... e o meu coração, embora finja fazer mil viagens, fica batendo parado naquela estação...

tentando me alimentar retroativamente das belezas vistas para aguentar o tranco por aqui.
[uma caminhada pelo retiro tem o poder de me manter viva por anos, eu sei.]
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e hoje foi o meu troço quem foi embora para salamanca. ela e camis: dois ótimos motivos para voltar à minha terra ainda este ano. vontade não me falta, só milhas.
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pequena alegria do dia: minha fugida de duas horas esta tarde para ver fatal, em cartaz no espaço unibanco do dragão do mar: um filme americano com direção espanhola e estrelado por penélope cruz - apresentação por demais simplista para a delizadeza que percebi e que poderia me fazer escrever um post completo, o que farei se tiver tempo, e me restar inspiração, no final de semana, ok queridos? caso contrário, fica a indicação, lembrando que é preciso ter sensibilidade para entender a mensagem subliminar, senão o filme se torna de uma pieguice quase irritante.
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e o bom foi a crise de riso que eu tive quando a cara-de-pau sentada na minha frente atendeu o celular e, bem baixinho, disse: "eu estou numa reunião." haja oléo de peroba!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

jesuismechicoteia!

está confirmado: eu dancei candy shop de salto alto em cima da mesa da santa ceia, e deve ter sido pelada! nem um final de semana inteiro foi capaz de enfiar o mínimo de noção na cabeça do infeliz (citado no post abaixo), e hoje ele correu para a direção, para fazer sua reclamação formal sobre o fato de eu me resguardar o direito de não atender alunos aos sábados pela manhã em meu telefone particular.
como se não bastasse, uma outra semi-imputável foi dar seu show particular na mesma direção, blasfemando que eu nunca estava na coordenação e que tinha desligado o telefone na cara dela esta tarde. francamente, eu durmo em casa, mas moro na fic, e ainda vou fazer um curso em recife para aprender como é que se desliga telefone na cara de aluno, vocês vão ver!!!
[no meio disso tudo, meu telefone quase batia o recorde de 47 chamadas não atendidas - pensem no inferno na terra!!!]
e para fechar com chave de ouro, meu melhor professor vem me informar que está de mudança irremediável para o rio grande do sul e que não poderá assumir suas vinte horas de aulas semanais (que, por acaso, só por acaso, começam segunda-feira que vem).
estou quase convicta de que hoje só não pedi demissão porque a patroa viajou pro rio de janeiro. e me pergunto: o que será que eu fiz no último 26 de janeiro para merecer um dia desse???!!!
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minha pequena alegria do dia foi a chegada dos exemplares da revista da uri, de santo ângelo (rs), editada pelo meu querido amigo f., com um artigo meu publicado. por um segundo eu vislumbrei a possibilidade de partir daqui para o doutorado, dando uma banana a la reginaldo farias em vale tudo para quem fica.
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e feliz ano novo particular para vaquilda amada-idolatrada-salve-salve!!!

sábado, 24 de janeiro de 2009

eras e iras

camis foi embora para o doutorado em salamanca. fui dar-lhe um abraço de despedida e cruzei a santos dumont de ponta a ponta sob um belo céu de final de tarde, ouvindo markéta irglová e pensando em como vão-se rápidas as eras, e em como indiferentemente só nos damos conta disto quando fecham-se as cortinas. foi-se uma era. uma era boa. de trabalho, parceria, confabulações, côcos diários, salgados de queijo coalho repartidos, café com pão na ricopane e muitas risadas. ficaram muitas histórias para contar e uma amizade para a vida.
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ontem eu fui jantar com amigos no mercado (onde já funcionaram o carambola e o le parisien). recomendo. mas como eu detesto o cearense way of life!
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e hoje eu acordei e meu celular, que dorme no silencioso, tinha nada menos que sete ligações perdidas, de números desconhecidos ou privados. faz tempo que não atendo números não registrados em minha agenda, mas a insistência foi tamanha que, lá pela décima tentativa, tive de atender - erro crasso! era um aluno, daqueles que ficariam entre os três mais chatos numa lista de dois mil. perguntei, muito educadamente, como o cidadão havia conseguido o meu número, dizendo que eu achava muito razoável me reservar o direito de não atender ligações de alunos no meu telefone particular, menos ainda nas manhãs de sábado. e o cidadão, ao invés de guardar a viola no saco, e pedir desculpas, como qualquer pessoa minimamente normal teria feito, teve a desfaçatez de querer discutir e dizer que iria fazer uma reclamação formal contra a minha pessoa na direção da faculdade. jesuismechicoteia que eu dancei candy shop de salto alto em cima da mesa da santa ceia! se ele ligar de novo, meu celular vai ficar piscando: imbecil llamando.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

são demais os perigos desta vida

são demais os perigos desta vida pra quem tem paixão
principalmente quando uma lua chega de repente
e se deixa no céu, como esquecida
e se ao luar que atua desvairado
vem se unir uma música qualquer
aí então é preciso ter cuidado
porque deve andar perto uma mulher
deve andar perto uma mulher que é feita
de música, luar e sentimento...
[vinícius de moraes]

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

amenidades e pequenas alegrias

cinco e meia da tarde de quinta-feira e um c4 pallas de vidros completamente pretos pára no portão lateral do meu trabalho, abre a porta traseira esquerda, espera apenas o tempo d´eu pular para dentro e vai embora, misteriosamente. quem viu esta cena suspeita deve ter pensado horrores sobre a minha pessoa. mas não, meu povo, eu fui só comer um pão com manteiga na chapa na ricopane com a donatela e o silveirinha (que queria ser o halley de cauã reymond!). pouco glamour, e muita alegria.

e por falar em a favorita, a globo está exibindo a quarta temporada de lost - que eu já vi há quase um ano porque sou uma lostmaníaca e baixo os episódios pela internet para vê-los com um delay não maior do que 24 horas depois que ele é exibido nos estados unidos. eis que essa semana eu assisti a reprise do episódio em que o desmond vai e volta no tempo e promete (e cumpre!) que vai ligar para a penélope (wildmore) oito anos depois, na noite de natal de 2004. eu enlouqueci, meu povo. e chorei um rio de novo com todo aquele romantismo com elementos de física quântica. tem jeito não, meu coração dom quixosteco resiste forte debaixo de toda a minha racionalidade alardeada.

e maysa, queridos? que seriado é esse? tá certo que ela era uma amy winehouse tupiniquim da década de 60, mas que tá lindo, isso tá. pena que acaba hoje. maneco arrasa, como sempre. e o jayme monjardim teve um colhão voador para dirigir a história da mãe nada convencional que lhe tocou ter nesta vida, não? bravo!
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e hoje eu fui cantar parabéns e abraçar nossa amiga olive oil no limone na hora do almoço. nossa amizade me remete a um tempo em que fui muito feliz. foi minha pequena alegria do dia.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

redação: minhas férias

ah, queridos, a viagem, como vocês podem ter deduzido pelo regresso do sorriso do gato da alice ao meu rosto nas fotos postadas, foi maravilhosa. descansei mais a cabeça do que o corpo e aquietei um bocado o coração, o que, no meu caso, é sempre algo a comemorar. depois de todos os acontecimentos de 2008, parece-me que nada me cairia tão perfeitamente bem como começar 2009 às margens do guadalquivir – nem mesmo começá-lo às margens do sena, que era a mais pomposa programação inicial. (estou cada vez mais certa de que a vida tem vontade própria!).
voltar à lisboa foi um excelente pretexto para ir ao porto, a santiago de compostela, a sevilla, a óbidos e a sintra, e também para passar um dia em madrid, revisitando meus lugares preferidos, com destaque, naturalmente, para o meu (parque del) retiro, que decididamente é o lugar do mundo inteiro que mais se parece comigo. vou logo avisando que se algum dia vocês forem ao retiro e não se lembrarem de mim, podem esquecer que eu existo, apagar meu telefone e me excluir de vossos orkuts – uma ofensa imperdoável!
durante estes dias no velho mundo, caiu-me a ficha de que a coisa que eu mais gosto da europa, e que me faz escolhê-la sem pestanejar como meu continente mais atraente, é a perenidade das coisas. voltar catorze janeiros depois a lisboa e perceber que, à exceção da moderna (e linda!) arquitetura de calatrava do parque das nações, inaugurado por ocasião da expo 98 na parte mais oriental da cidade, quase tudo permanece no mesmo lugar, até mesmo a loja de vinhos do seu napoleão – um simpático senhorzinho com quem conversamos, eu e mamãe, em janeiro de 95 – é bonito e particularmente reconfortante para mim, que sou uma mulher, sob muitos aspectos, perene. perceber que, excetuando-se as novas esquadrias (sou filha de arquiteto e conhecedora, portanto, do vocabulário técnico da construção civil) das janelas do meu quarto, na calle valderrey 32-1A, em madrid, não apenas o prédio, mas todo o entorno, continuam imexidos, é de uma alegria e de um enternecimento talvez apenas conhecidos por corações cancerianos como o meu.
dei-me férias de tudo: do trabalho, do despertador, do celular, do computador, do salto alto, das convenções, das pessoas, da dieta, e até mesmo da intolerância à lactose. e que a mamãe não leia esta biroska, mas foi tanto leite integral com cola cao, tanto chocolate com churros, tanto pastel de belém, tanto cream cheese e tanto sorvete que estou certa de que se eu não estivesse sob a proteção de meus deuses europeus, eu teria baixado o hospital pelo menos umas duas vezes... e olha que eu não senti absolutamente nada! no mais, andei tanto, mas tanto, e subi tanta ladeira e tanta escada, de tanto metrô, de tanta igreja e de tanto castelo, que engordei, com toda essa comilança, apenas e tão somente um único e mísero quilo. (levando em consideração o meu projeto de emagrecer cinco quilos nos próximos cinco meses, incluir um quilo a menos e um mês a mais ainda me deixa no lucro!).
obviamente que depois de uma viagem como esta, a tantos lugares lindos e inspiradores, muitos são os momentos para se ver em filme no último segundo da vida. tantos, que eu não conseguiria escriturá-los todos aqui. se eu tivesse de escolher apenas seis deles para dividir com vocês, seriam estes, em ordem cronológica: o primeiro pôr-do-sol às margens do tejo, na torre de belém (aquele que eu postei a foto lá embaixo); o vento gelado no rosto enquanto eu caminhava pela ponte sobre o rio douro, no sentido gaia – porto; a primeira vez que eu vi a catedral de santiago de compostela, iluminada, numa noite mágica e sob uma garoa tão fina que a gente via a água contra a luz, mas não a sentia; minha sagrada caminhada pelo retiro, em madrid; a missa da paz do primeiro de janeiro, celebrada em espanhol, e tocada com guitarras flamencas e castañuelas, na magnífica catedral de sevilla; e a última lua (cheia) portuguesa, na gare do oriente.
são inúmeras, queridos, as possibilidades desta vida – e isso é algo bem providencial para lembrarmos neste começo de ano, não?
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*a foto postada é da inquietante frase de cesário verde - poeta português - gravada em azulejos numa das paredes da estação cidade universitária, no metrô de lisboa, pela qual passei (não completamente ilesa!) algumas vezes estes dias.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

imagens de uma viagem - parte dois

.óbidos.
.sintra.
queridos, já estou em casa. temi pela minha vida no vôo de volta, mas cheguei sã e salva, no sábado à noite. estou ainda me recuperando do fuso, dos choques térmico e psicológico (segundo uma amiga minha, a pior coisa do mundo é chegar da europa e dar de cara com a foto da rocicléa no desembarque do pinto martins), e colocando as coisas em ordem. volto a trabalhar na quinta e, antes disso, há um milhão de coisas a serem cumpridas. assim que der, passo aqui para escrever sobre a viagem. até lá, deixo vocês com mais fotitas, porque as imagens falam mais que mil palavras e porque me ensinaram que há que se dividir a beleza vista e os sorrisos dados.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

imagens de uma viagem

.lisboa.
.porto.
.santiago de compostela.
.madrid.
.sevilla.
queridos, e 2009, como chegou para vocês? para mim, chegou bonito, ao som de um flamenco imaginário, em meio a uma multidão de desconhecidos, às margens do guadalquivir, algumas horas antes que para a maior parte de vocês. já estou de volta a lisboa, aproveitando os últimos dias de minhas férias. como preciso de bastante tempo para escrever sobre as coisas bonitas que ando vendo por aqui, e não quero desperdiçar nenhum ventinho gelado no rosto, prometo que o farei assim que voltar ao brasil, no próximo final de semana. por enquanto, deixo as fotinhas que prometi (depois posto mais), está bem? se cuidem por aí. beijos e linda primeira terça-feira do ano para vocês!!!