domingo, 16 de agosto de 2009

chico lico

ele cumpriu sua primeira missão com excelência: re-unir nossa família. hoje não tenho dúvidas de que foi muito por ele ter vindo, assim, tão aparentemente antes da hora, que nos mantivemos juntos depois de nosso mais tenebroso momento familiar. ele foi a bonança depois da nossa tempestade. aos catorze anos era ainda cedo para que eu o recebesse como sobrinho, de maneira que o recebi como irmão, naquela metade exata de maio de noventa e dois. com o passar dos anos, fui aprendendo a ocupar meu posto de tia e, hoje, mais do que isso, sinto que somos amigos. compartilhamos o gosto pelos estudos, pelo correto uso do português, pelo conhecimento do mundo, pelos enigmas de lost, pelos cafés gelados da starbucks e pela boa música. mais do que isso, nos admiramos mutuamente, e nos amamos. ele foi minha maior saudade durante o tempo em que morei na espanha. quando retornei, na primeira vez em que saímos juntos sozinhos, ele (então com quatro anos) me disse que, na falta do brinde do mc lanche feliz, eu poderia trazer o triste mesmo. depois, quando o papai comprou aquelas cadeiras wassily em couro preto e branco, ele ligou para a casa dele para certificar-se de que sua cadela dálmata estava viva. existem fundadas crenças familiares de que ele tenha trazido de volta o espírito que nos fugiu do convívio doze anos antes. acho bonito acreditar nisso, e acredito. quando ele foi para os estados unidos, levou junto um pedaço do meu coração. quando me dei conta de que ficaríamos um tempo sem a sua presença leve e seu abraço terno, caí num choro contraditório, com o mais íntimo desejo de que ele não fosse e não deixasse de ir. o dia em que ele voltou para casa foi um dos mais felizes e compensadores que me lembro ter vivido. ele é o irmão que não tive. o filho que ainda não tenho. é quem senta à minha esquerda nos almoços familiares. é quem me esconde os talheres e quem me chama de baixinha. sim, ele é maior do que eu. e o amor que eu o tenho, também.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

fortaleza rules

.july está aqui, vinda do rio.
.nana está aqui, com sophia, vindas de são paulo.
.camis está aqui, vinda de salamanca.
.karine está aqui, vinda de verona.
.germano esteve aqui, vindo de são paulo.
.carol chegou aqui, vinda de salamanca, e depois da bahia.
.ju foi embora para os states e eu não consegui lhe dar um abraço.
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estes têm sido dias de almoça com um e janta com outro. e eu ainda devo o sorvete com faísca & fumaça.

sábado, 8 de agosto de 2009

café com mulheres

[amo muito todas essas.]

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

questionário de proust*

qual o traço principal de seu temperamento?
a doçura (?).
seu maior defeito?
difícil apontar meu maior defeito. sou paradoxal e às vezes acho que meus maiores defeitos podem ser grandes qualidades e que minhas maiores qualidades podem ser grandes defeitos.
a qualidade humana que você prefere?
sensibilidade.
seu personagem histórico favorito?
eu gosto dos bons homens da política: gandhi, mandela, luther king.
seus heróis favoritos na vida real?
sempre que vejo um pedreiro pendurado num prédio lembro do que o meu avô dizia: ‘estes são os verdadeiros heróis’.
o que você gostaria de ter sido?
bióloga. queria cuidar dos pandas, na china. ou dos chimpanzés da fundación mona, na espanha.
seu ideal de felicidade terrestre?
estar exatamente onde e com quem se deseja estar.
o cúmulo da miséria?
não conseguir estar só.
onde você gostaria de viver?
sou urbana e gosto de cidades grandes como são paulo, madrid e paris, mas gostaria de viver (ainda que por uns tempos apenas) numa daquelas casas caiadas de santorini, sobre o azul sem fim do mar egeu.
qual é o dom que você gostaria de ter?
queria pintar.
que defeito é mais fácil perdoar?
perdôo fácil. não sei o que é guardar mágoa. tenho mais pena do que raiva das pessoas. há quem me ache condescendente demais, mas eu prefiro ser assim.
seu pintor preferido?
miró.
seu compositor favorito é...
vinícius.
sua cor preferida?
essa vocês já sabem: amarelo.
o que você detesta acima de tudo?
superficialidade, ingratidão e grosseria.
qual é a sua máxima ?
a vida tem vontade própria.
o que você gostaria de fazer agora na sua vida?
ir embora. eu sempre quero ir embora.
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*brincadeirinha proposta por clarita del valle. ótima para quem não tem o que fazer numa sexta-feira à noite.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

as meninas e eu

“O quadro está de costas e está de frente: de costas para você (que o vê por trás ao lado esquerdo) e de frente para Velásquez que o pinta. Mas a verdade é que está de frente para você e já está pintado. Aliás, desde 1656. Não obstante, Velásquez (você o vê) o está pintando. São duas faces do tempo numa mesma superfície de tela.
Aparentemente, você está atrás do quadro e de frente para o pintor, que tem ao lado o seu motivo: a infanta e as damas de companhia, que ele pinta. Mas não as pinta diretamente: pinta a imagem delas refletida no espelho – um espelho que não se vê, de cuja existência se sabe apenas pelas coisas que reflete: o pintor, as meninas e as mulheres, o cão e também, lá no fundo, um homem que se detém numa escada; ao seu lado, refletidas noutro espelho pequeno, as imagens do rei e da rainha, que entraram na sala, no outro extremo do aposento, fora de nossa vista. Assim, o quadro contém o que se vê e o que não se vê, num jogo de espelhos e de espaços e tempos. É o quadro dentro do quadro, imagens de imagens. Realidade e ilusão se confundem. Miragem, pintura...
Um momento da vida, mínimo episódio da história humana – pessoas que, numa sala, posam para um pintor que as retrata – ali, na Espanha, num certo dia do século XVII. E parece uma visão irreal esta cena real (com sua doce luz) que Velásquez fixou na tela para sempre. Mas que, na vida, se desfez naturalmente em seguida, como qualquer outra, entre palavras e risos talvez.”
[Ferreira Gullar]

em minhas andanças pelos meus blogstars, li o que milena escreveu sobre ferreira gullar e seu livro relâmpagos. [ela nem imagina – porque comento menos do que leio por lá – mas o seu nenhum lugar já me fez agregar algumas (belas) obras à minha humilde biblioteca particular. hoje mesmo, ao ir à siciliano para comprar um livro de presente de dia dos pais para o meu (a ciência de leonardo da vinci, de fritjof capra), voltei com o livro amarelo do terminal, de vanessa bárbara, que havia sido indicado por ela aos amantes de são paulo no post de 29 de junho.] ao contrário de milena, adoro tudo em ferreira gullar. as palavras que saem de sua boca ou de suas mãos sempre me chamaram a atenção e me fizeram refletir. outro dia mesmo (12 de abril deste ano) postei um trecho de uma entrevista dele para a revista bravo!, que li no avião num vôo entre fortaleza e são paulo. no nenhum lugar de milena acessei o link para os relâmpagos digitalizados de gullar, e me deliciei com suas percepções sobre algumas obras de arte. como não poderia deixar de ser, fiquei encantada com o que ele escreveu sobre as meninas de velásquez, especialmente quando ele imagina o desfazimento natural da cena eternizada pelo pintor; a fugacidade do presente que vira passado, a cada efêmero segundo que passa, na vida de todos nós, reis e plebeus. fiquei lembrando das tantas tardes que passei diante deste e de outros tantos quadros, no prado, em madrid. era 1995 e meu programa das tardes de los miércoles (quartas-feiras) - dia em que eu não tinha aula de flamenco - era pegar o metrô até o retiro, onde ficava algumas horas a ler e escrever cartas (que vinham do ou iam para o brasil), invariavelmente sentada no banco diante do grande estanque, observando os passantes, imaginando suas vidas, tomando uma coca-cola de lata ou comendo uma barra de chocolate das grandes. quando não havia cartas, lia paula, de isabel allende, no original espanhol, pela primeira vez. naquele então eu era apenas uma menina de 18 anos e como todas as meninas de 18 anos guardava a ingênua pretensão de conhecer a vida e o amor. eu acabara ser apresentada aos primeiros traços da independência e foi naqueles dias que conheci o prazer da minha própria companhia, de que nunca mais abriria mão. saindo do retiro pela calle de alcalá, virava à esquerda no paseo del prado, e caminhava até o museu, por onde entrava sempre pela porta de goya, já que a de velásquez (a principal) estava sendo restaurada. e ali eu ficava horas, olhando nos quase sempre perturbadores olhos das pessoas retratadas, atenta para a possibilidade de flagrar um leve movimento nas quase vivas mãos de el greco, admirando a tenacidade dos estudantes de arte, que esquadrinhavam cada milímetro quadrado das obras, na vã tentativa de reproduzi-las com perfeição e com a íntima certeza de que jamais o conseguiriam. tão bonitas e raras aquelas quartas-feiras...
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... e nesta quarta, completando o meu momento jesuismechicoteia, fui assaltada pela primeira (e queira Deus última) vez na vida. saía do pilates, a caminho do trabalho, e ao entrar no meu carro, antes dos dois segundos até que as portas sejam automaticamente travadas, um cidadão que sabe o diabo de onde saiu entrou pela porta traseira esquerda e anunciou o assalto. foi horrível e a sensação de impotência e de tristeza por viver neste país de merda naturalmente ainda estão muito presentes e perdurarão por alguns dias. no entanto, dadas as circunstâncias, que poderiam perfeitamente ter me colocado em situações bem piores, não me dou o direito de reclamar. vão-se os R$ 52, o celular e toda a minha agenda de telefones e ficam os documentos, os cartões de crédito e a vontade de ir embora daqui para um país de gente levando todo mundo que amo junto. estejam sempre atentos, queridos, ao aqui e ao agora. não se deixem engolir pelo corre-corre do dia-a-dia, pelas preocupações e tensões dos momentos a seguir. tomem vento, tomem tento, chamem são miguel, e peçam proteção.

domingo, 19 de julho de 2009

how bizarre

coisas bizarras acontecendo, queridos. se forem religiosos, acendam uma vela e rezem por mim. comprei um par de sapatos e vieram dois pés esquerdos. mas isso não é nada diante da mais bizarra de todas: atendi um telefonema no trabalho e me vi envolvida num caso de polícia. coisa pesada e que me deixou angustiada, assustada e vulnerável. já tomei um banho de água benta. amanhã, antes de sair de casa, vestirei as roupas e as armas de jorge.

terça-feira, 14 de julho de 2009

14 juillet

e é assim que, a cada 14 juillet, paris comemora o meu ano novo particular.
[gente coisa é outra chic!]
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e viva a revolução francesa!!!

nota de esclarecimento

queridos,

recebi este comentário, que vejo por bem divulgar aqui, onde há maior visibilidade, e onde posso dedicar o mesmo espaço (de resposta) dado ao post intitulado 'atestado de burrice'. ocorre que uma pessoa, IDENTIFICANDO-SE COMO a verdadeira rosana (zana) ventura, vem tomar satisfação pela divulgação, por algumas de vocês, em seus twitters, de acusações de plágio em seu nome. se a história contada procede e se de fato há uma rosana ventura verdadeira e uma rosana ventura falsa (que a autora do comentário deixado chama de carolina alencar) não há dúvidas de que a primeira é a maior prejudicada nesta história toda. no entanto, reafirmo meu direito inconstestável de denunciar, no meu espaço, e para os meus leitores, um blog que tinha pelo menos 14 posts meus copiados e assinados por rosana ventura (ou carolina alencar fazendo-se passar - não me perguntem por que? - por rosana ventura). se existe mesmo uma rosana ventura sã e real, e se esta não se incomodava (tanto assim como se incomoda agora para reagir contra a minha denúncia e os desdobramentos dela) de ter sua identidade; seu rosto; o de seu companheiro; o de seus cachorros; o de sua mãe e o de seu sobrinho bebê (havia fotos de todos no blog desencarnado) roubados; além da propriedade intelectual (boa ou contestável - não vem ao caso!) dos outros; não entendo, mas respeito o fato dela ter permanecido calada por tanto tempo. de minha parte, dou-me por satisfeita (e penso que a rosana ventura verdadeira deveria estar mais do que eu - afinal, não era este o objetivo-fim do mencionado processo contra o google?!) de haver conseguido tirar o bloguezinho ordinário e impostor do ar. em sendo assim, vou avisando que estou dando o assunto por encerrado nesta biroska, de maneira que não publicarei nada mais (nem mesmo comentários) sobre o assunto.

*segue, ipsis literis, o comentário sobre o qual entendo deva ser dada a devida publicidade:

"Minha cara,

Meu Nome é Rosana Ventura, e venho apenas lhe informar que tive meu BLOG literalmente ROUBADO, ou melhor plagiado por outra pessoa. Não postava neste blog a meses.Nunca me interessei pelo mesmo e o exclui, qdo vi me deparei com textos que EU JAMAIS ESCREVERIA,e sequer tinha acesso a ele no login, isto inclui também os seus, que para ser sincera,nada tem a ver com minha pessoa. Eram MINHA AS IMAGENS e fotos até de meus cachorros, que estavam sendo divulgados, e era eu a suposta "plagiadora" .Estou com um processo CONTRA o GOOGLE para retirar de vez meu nome de pesquisas da Web, ja que os que aparecem redirecionam a este blog "supostamente" meu!Embora não tenha levado isto muito a serio por saber que MEUS AMIGOS e familiares logo saberiam que não era o meu verdadeiro blog. Fui avizada recentemente por um amigo do ocorrido, que pessoas seguidoras de seu Blog andam publicando o nome ZANA VENTURA e ROSANA VENTURA em acusações insanas no Twitter, eu sou a verdadeira DONA destes nomes, enquanto que CAROLINA ALENCAR, a criatura de sanidade duvidavel saí impune em meio a tudo e todos. Sinceramente, não quero nem entrar em detalhes sobre quem é ou não o culpado ( se o google pela falta de segurança ou a menina em questão), EXIJO que as pessoas citdas abaixo retirem meu nome de seus Twitters e outros sites afins:Cris,Nayane,Cele, Clara e Carol Freitas. Acusações erroneas e sem nenhuma prova, pois ninguém neste mundo pode provar que fui EU ZANA VENTURA a autora daquele Blog intitulado "Tudo o que eu queria Dizer" ( mesmo nome do meu!).Isto minhas caras, também é crime, e tudo isto ja passou dos limites!Não divulguem uma"NOTICIA" não veridica, reportarei inclusive o caso ao Twitter e ao Blogger!No mais,peço a gentileza de retirar meu nome de seus comentarios,pois isto esta sujeito a acontecer com qualquer um, amanhã pode muito bem, ser uma de voces com o nome jogado na internet desta forma abusiva.Sou jornalista,e a muito trabalho na área,senão pararem com essas incitações a minha pessoa, entrarei EU com um processo contra voces. Ocupem seu tempo ajudando o google, dando sugestões uteis para a segurança do mesmo!

Muito Obrigada.

ROSANA VENTURA, vulgo Zana Ventura.

Só uma pequena observaçã: NÃO LHE ENVIEI NENHUM ABSOLUTAMENTE NENHUM PEDIDO DE DESCULPAS POR PLAGIAR SEU BLOG QUERIDA, como vejo em seus comentarios anteriores! ".

segunda-feira, 13 de julho de 2009

tempos da caliuga

e as coisas andam tão feias que eu recebi o meu próprio birthday reminder por email. como diria a nay: "são os tempos da caliuga!".

domingo, 12 de julho de 2009

atestado de burrice

indignada com o que descobri neste blog, e mais indignada ainda com a covardia da moça, que ao que tudo indica não permite (ou bloqueou os meus) comentários, deixo wieviorka [a quem tenho quase que exclusivamente me dedicado nos últimos dias] de lado por uns minutos e venho aqui denunciar aquele que desafortunadamente não será o primeiro nem o último caso de plágio nesta blogosfera repleta de pessoas desprovidas de inteligência, criatividade e vergonha-na-cara.
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para a moçoila, eu deixo o comentário que fui impedida de deixar diretamente em sua biroska: "cara rosana (zana) ventura, não entendi a relação entre o que está escrito aqui, à direita, no teu blog (sobre serem todos os posts aqui publicados de tua autoria; sobre respeito aos direitos autorais; e sobre ser o plágio um flagrante atestado de burrice) e a tua prática de copiar e colar, sem dar os créditos, textos alheios como se teus fossem. os textos aqui publicados em 29 de junho e 1º julho de 2009 (‘ô saudade daquele tempo’, ‘quiz?’ e ‘tempo (2)’), originalmente intitulados ‘ossos do ofício’, ‘primeira pessoa do singular’ e ‘metáfora das ampulhetas’, são DE MINHA AUTORIA e foram publicados (ou republicados) em meu blog (monologosdeeuridice.blogspot.com – que você certamente se lembrará de já ter visitado) em 18 de junho de 2009, 13 de junho de 2008 e 29 de junho de 2008, respectivamente (você não se preocupou nem em evitar anacronismos, heim?). irritou-me, profundamente, a tua cara-de-pau em fazer apologia dos direitos autorais ao mesmo tempo em que flagrantemente os desrespeita. escrevo apenas para avisar que sou advogada e conheço bem as leis internas e internacionais sobre proteção da propriedade intelectual e que denunciarei o teu blog entre meus amigos blogueiros (quem sabe eles também não tiveram alguns de seus textos surrupiados por você ou por gente do teu naipe, né?). escrevo também para sugerir que sigas teu próprio (?) conselho e “leia mais, para produzir mais”. p.s.: quiSer, do verbo 'querer' no futuro do subjuntivo, se escreve com 'S', e não com 'Z' como você escreveu (ou copiou?) na sua 'advertência aos copiadores'."
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para vocês, queridos, eu deixo o aviso, e a solicitação de denúncia.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

mr. moonwalk

[porque billie jean é a minha preferida.]
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vale a pena conferir também a versão de david cook.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

em busca do equilíbrio

pilates toda terça e quinta a partir de hoje. nada como um piripaque para nos recolocar nos eixos... e não é que, mesmo depois de mais de dois anos longe das aulas de yoga, eu 'ainda dou um caldo'? tem jeito não: nunca mais uma academia convencional me verá.

terça-feira, 23 de junho de 2009

mais do mesmo

o povo quer saber onde eu comi para passar tão mal como contei no post anterior. na verdade, receio ser injusta ao colocar aqui o nome dos estabelecimentos onde almocei e jantei na sexta-feira passada (no sábado não foi porque minha única refeição do dia foi o almoço na casa dos meus pais). primeiro porque são dois lugares bons (e bem freqüentados), onde já comi muitas outras vezes e nunca tive nada (afinal, quem me conhece sabe que uma das poucas frescuras que tenho nesta vida é que não saio por aí comendo em qualquer biroska). segundo porque não fiquei lembrando especificamente de nada (como é comum nesses casos!) como que para ter certeza do que, exatamente, me fez mal (desde a última vez que me aconteceu coisa parecida, mas muito mais branda, nunca mais coloquei um peito de peru na boca).
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outras coisas das quais não tenho boas lembranças e que, portanto, peço para que jamais me ofereçam: suspiro (coisas de avó); abacatada (lembrança do dia em que 'andei de avião' pela primeira vez, num vôo fortaleza-natal, ida e volta, com meu pai, aos sete anos de idade) e charlote (um natal inesquecível).
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sobre meu estado de saúde, estou bem. depois de 1 comprimido de nausedron; 1 de tramal retard; 3 dias de digedrat; e cinco, ainda não terminados, de cipro... se eu não estivesse melhor, já teria morrido. para quem só toma própolis e tylenol, isso é um verdadeiro acontecimento!
na dieta, evoluí para os franguinhos grelhados com purê e sopinhas de legumes frescos. mas ainda rolam umas torradinhas e maçãzinhas...
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de resto, enlouquecendo com o final do semestre. e hoje eu abri mão dos meus dez dias de férias em julho. fico agora para cobrir a coordenação, enquanto as cigarras saem a cantar por aí, mas me mando no recesso do final de ano e emendo pelo menos uns cinco dias a mais. assim, garanto minhas férias bem longe daqui.

domingo, 21 de junho de 2009

inferno astral

queridos, eu tive um piripaque! a minha sorte é que meu médico, que é melhor clínico geral da cidade, é amigo pessoal dos meus pais e não hesitou em me receber na casa dele, sábado, depois das dez da noite, para me fazer exames físicos e me receitar drogas pesadas. eram umas sete horas da noite quando comecei a sentir um desconforto que evoluiu para uma dor abdominal lancinante, seguida de muito enjôo. comecei com o inofensivo luftal, que logo coloquei para fora. imaginando ser uma coisinha de nada, ainda na fase do desconforto, tomei gotas arthur de carvalho (é o novo!), que também não pararam no estômago. quando consenti em ligar para a minha mãe, o negócio já estava feio. quinze minutos depois, chegam meus pais aqui em casa, acompanhados de duas garrafas de gatorade, que já haviam sido indicadas pelo paulo, via celular, no meio do caminho. mamãe me coloca no telefone com ele, que desconfia de uma crise de vesícula e diz que quer me ver. tomo dois dedos de gatorade, visto um short, prendo os cabelos num coque, e vou-me embora, morrendo de dor. chego na casa dele e, como se não bastasse o embaraço de tirá-lo de seu sossego no meio fim de uma noite de sábado, coloco o gatorade para fora. ô humilhação! aperta aqui, aperta ali, e saio de lá com receita e solicitação de exame de sangue e ultrassom. passo na farmácia e compro dois, dos três, remédios receitados: um para parar o enjôo e fazer com que eu 'segure' os outros remédios; um (tarja vermelha, vendido apenas com receita especial) para dor; e outro digestivo. tomo os remédios e meia hora depois já estou sensivelmente melhor e com um sono descomunal que me fez só acordar hoje. o programa indispensável desta manhã de domingo foi fazer os exames de sangue e chamar um médico de sobreaviso (coitado!) na emergência de imagens do monte klinikum. descartadas as hipóteses de crise de vesícula e apendicite, e estando todos os meus órgãos abdominais devidamente preservados, restava esperar o resultado dos exames de sangue: 18.800 leucócitos quando a faixa normal para adultos não deve ultrapassar os 11.000. diagnóstico: intoxicação alimentar das brabas!!! meno male se lembrarmos que podia ser coisa pior, mas eu estou até agora me perguntando que raio de bactéria causaria a dor que senti???!!! (e quando eu disser que estou com dor, me leve ao hospital mais próximo). prescrição médica: tome antibiótico!!!
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agora estou bem melhor, a despeito de estar 400 contos mais pobre (diacho de remédios caros do cão!), 1kg mais magra e sem perspectiva de comer coisa diversa de maçã e torrada pelas próximas várias horas.
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p.s.: escrevi esse 'diário de uma doentinha' não por ser hipocondríaca ou egocêntrica, mas apenas para lembrar a vocês - e a mim mesma, quando voltar a ler este post - que vale a pena evitar comer fora de casa. só por isso. beijos meus e linda semana procês!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

ossos do ofício

meio arrasada depois de uma pesada reunião de trabalho. mais arrasada ainda por saber que o pior ainda está por vir. ninguém disse que seria fácil. a parte boa disso tudo é que, aos poucos, ou aos muitos, eu vou aprendendo a ser aquilo que não sou. às vezes ainda me dói internalizar algumas leis básicas da natureza, como aquela que diz que 'entre matar e morrer, é preferível matar'.
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um dia eu aprendo. ou não.
virar adulta é uma coisa que nunca vai parar de me doer.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

como é grande o meu amor por você

"...e não há nada pra comparar, para poder lhe explicar, como é grande o meu amor por você..."
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porque hoje é o aniversário do maior homem da minha vida.
[em tempo: espelho, espelho meu, alguém no mundo tem um pai mais bonito do que eu?]

terça-feira, 16 de junho de 2009

notícias do hiato

durante o último hiato fui ao recife solicitar visto de entrada nos estados unidos. tive de esquecer minhas restrições filosóficas ao país e segurar meu ímpeto de gritar "viva a resistência palestina!" enquanto esperava, vigiada e atrás de espessos vidros blindados, ser interrogada pela americana cara-de-biscoito-doce que só pediu para ver 0,5% dos documentos que suadamente ajuntei nos dias anteriores. como só tinha estado no recife de passagem, aproveitei a viagem para ficar por dois dias. queria ir ao museu de brennand, conhecer "a tarde de um domingo azul' em boa viagem, e ir até olinda. e foi o que fiz. se gostei? com todo respeito aos pernambucanos, que são um povo indiscutivelmente mais evoluído e educado que os cearenses: que lugar feio do cão! boa viagem (onde me hospedei num hotel que 'foi um puta hotel em 1972') parece a sérvia depois da guerra. olinda é um favelão do qual não se salva nem a vista, alardeada pelo pobrezinho do meu taxista-guia turístico como se fosse a sétima maravilha do mundo. só o museu de brennand que é verdadeiramente espetacular, com padrão europeu de cuidado. não fui à oficina do ceramista francisco, que fecha aos domingos, mas fui ao castelo de seu primo, ricardo brennand, que guarda um importante acervo de obras de arte de diversos gêneros: pintura, escultura, armaria, tapeçaria, bonecos de cera e mobiliário. os jardins são lindos, com boa música, inofensivos bichos soltos e belas esculturas, com destaque para a réplica em dimensões originais d´o pensador, de rodin, e para a mulher no cavalo, de botero. recomendo demais.
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se eu consegui o visto? digamos que tenho até 2014 para patinar no gelo no central park; dar um abraço no mickey, na disney; visitar a sharon em michigan; e - quem sabe? - sentar e chorar de tanta boniteza diante do grand canyon, no arizona.
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e para completar as notícias do hiato, depois de recife recebi um casal de amigos muito querido, de são paulo, e o filhindo deles, de três anos, aqui em casa. foram dias em que me dividi gostosamente entre o trabalho e a difícil vida de boa anfitriã. entenderam por que não dei as caras por aqui nos últimos dias?

sexta-feira, 5 de junho de 2009

a lua que eu te dei

trocinho me mandou a lua de ontem, em montjuïc.
existe coisa mais linda do que ganhar uma lua de presente?

domingo, 31 de maio de 2009

epitáfio

se a vida tiver alguma lógica, eu não morrerei de susto, de bala, nem de vício. se houver alguma lógica nas coisas deste mundo minha autópsia há de diagnosticar, e meu epitáfio há de revelar, que eu morri [não sei se de morte morrida ou de morte matada] de uma, ou da conjugação, das causas abaixo:
.de desgosto ao me deparar com a verdade dos fatos.*
.de tristeza pela insensatez humana.
.de inadequação a este mundo.
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*inspirado numa conversa via email com clara del valle.

um brinde ao delicado da vida!

saldo de domingo:
.um email, profundíssimo, recebido em resposta à pergunta deixada no post abaixo.
.duas horas no skype, conversando além-mar sobre a estranheza do vínculo que nos une aos nossos pais.
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tão bom ter amigos com quem se pode conversar mais do que trivialidades.

sábado, 30 de maio de 2009

lady lispector - parte 2

"minha alma tem o peso da luz. tem o peso da música. tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. tem o peso de uma lembrança. tem o peso de uma saudade. tem o peso de um olhar. pesa como pesa uma ausência. e a lágrima que não se chorou. tem o imaterial peso da solidão no meio de outros."
[clarisse lispector]
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e a tua alma? tem o peso do quê?

quinta-feira, 28 de maio de 2009

simplesmente amor

hoje eu vi simplesmente amor [e chorei rios] pela septuagésima oitava vez.
amo cada uma daquelas estórias entrelaçadas pelo enredo natalino:
.o 1º ministro e a secretária gordinha da plebe.
.o carinha fofo apaixonado pela mulher do melhor amigo.
.o amor sem palavras entre o inglês e a portuguesa.
.o menininho fofo e o padastro gente boa.
.o rodrigo santoro e a colega de trabalho problemática.
.o roqueiro porra-louca super star e seu agente gordinho.
.o babaca que fode o casamento bacana por umas noites de sexo com uma menina com idade para ser filha dele.
.o mr. bean como empacotador da harrods, numa das cenas mais hilárias do cinema mundial.
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eu sou uma romântica incurável que se gaba de ser racional.
[e, sim, eu adoro aquelas cenas de amor em aeroportos]

domingo, 24 de maio de 2009

o que faz você feliz?

sete coisas que me fazem sorrir:
.o cheiro de capim limão da minha casa.
.o almoço de sábado com os meus.
.um pôr-do-sol furta-cor.
.uma lua cheia a clarear a noite.
.uma música boa no ar.
.uma mala a arrumar.
.a lembrança dos sorrisos que dei.
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obrigada, .
saber que esta biroska te faz sorrir põe um sorriso na minha cara.
minhas sete indicadas são: , clara, troço, cris, jana, ana d. e outra mônica.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

ah uma jaula!

a gente passa a madrugada se atualizando no site do supremo (tribunal federal), escarafunchando os últimos informativos (470, 498 e 531) que tratam sobre a tese da supralegalidade dos tratados internacionais que versam sobre direitos humanos e que são anteriores à emenda constitucional 45/2004, ou posteriores que não observem o quórum de aprovação parlamentar por ela fixado; dorme pouco; acorda no outro dia; vai lá; dá uma puta aula (modéstia à parte); e acha que fez um bom trabalho. até que, pouco tempo depois, chega uma aluna com a última edição da consulex na mão, aberta na página 54, e diz que tudo o que você falou é o reverso do que está ali e que, portanto, você ensinou tudo errado. acontece que o que ali está escrito poderia perfeitamente ter sido escrito por você, tamanha a semelhança com o que foi dito em sala, pelo que estou até agora me perguntando que parte, exatamente, do negócio a moça não teria entendido. a aula? o artigo? ou as duas coisas? eu não mereço uma coisa dessas! eu não mereço!
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enquanto isso, num planeta distante em que existe vida inteligente, chamado ufc, comecei a traçar meu caminho rumo ao doutorado que poderá, um dia, me salvar de tanta burrice mediocridade.
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e, sim, os comentários agora serão moderados. afinal, quem manda nesta biroska?

domingo, 17 de maio de 2009

péssima fisionomista

estou eu, esparramada no sofá da minha sala, mudando de canal num dia desta semana que agora não sei precisar, e eis que paro em poder paralelo, na record, e intimamente me pergunto:
- oxe, o marcelo rezende agora é ator?
sim, eu sou meio retardada e confundi o paulo gorgulho com o apresentador do finado linha direta!
[nenhuma novidade para quem não sabe distinguir al pacino e dustin hoffman e vê a cara do homem-aranha no rótulo da antarctica.]
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mas diga se eles não parecem separados no nascimento?

o dia em que júpiter encontrou saturno

"quando a noite chegar cedo e a neve cobrir as ruas, ficarei o dia inteiro na cama pensando em dormir com você. quando estiver muito quente, me dará uma moleza de balançar devagarinho na rede pensando em dormir com você. vou te escrever carta e não te mandar. vou tentar recompor teu rosto sem conseguir. vou ver júpiter e me lembrar de você. vou ver saturno e me lembrar de você. daqui a vinte anos voltarão a se encontrar. o tempo não existe. o tempo existe, sim, e devora... quando eu olhar a noite enorme do equador, pensarei se tudo isso foi um encontro ou uma despedida. e que uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros."

[caio f. abreu]

quinta-feira, 14 de maio de 2009

nigella lawson tupiniquim

e eis que amanhã é o aniversário do meu lilil [e meu 17º ano como tia] e eu fui para a cozinha, fazer para ele um brigadeiro de nutella super-ultra-mega-über calórico, mas delicioso na mesmíssima medida - doce e gostoso como eu desejo que a vida seja, para sempre, para ele.
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para quem quiser provar esta delícia de comer rezando, vão os ingredientes para uma receita:
.uma lata de leite moça.
.uma lata de doce de leite cremoso nestlé.
.um pote de nutella (180g).
.três colheres de sopa de chocolate em pó [do padre] nestlé.
.uma colher de sopa de manteiga.
.uma gema de ovo.
.uma pitada de sal.
misturar tudo e levar a fogo baixo, mexendo bem até ganhar consistência de brigadeiro.
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depois é só correr a beira-mar do esplanada até os peixes ida e volta sete vezes que tá tudo certo.

terça-feira, 12 de maio de 2009

lenine emociona

porque eu tenho vontade de deixar o carro no meio da rua e sair correndo igual ao forrest gump quando escuto essa música. e porque eu lembro de todos os pores-de-sol que vi e de todos os abraços que dei - só o que me interessa.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

que livro é você?

clarita mandou o link e eu fui , saber que livro eu seria.
a paixão segundo g.h., de lady lispector.
não o li, ainda, mas o farei o mais breve possível.
o diagnóstico diz ser uma leitura assustadora para a maioria, mas com uma força única. adorei.
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"... devido às maquinações constantes da sua cabecinha, ao longo do tempo você acumulou milhões de questionamentos. hoje, em segundos, você é capaz de reconsiderar toda a sua existência. a visão de um objeto ou uma fala inocente de alguém às vezes desencadeiam viagens dilacerantes aos cantos mais obscuros de sua alma..."
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digam se não sou eu?!
e vocês, queridos, que livro seriam?

sábado, 2 de maio de 2009

a musa do cross fox

não sou stefhany, nem tenho um cross fox, mas tenho um fox amarelo, e sou linda, absoluta.
vocês já viram isto? very tosco. stefhany, genial, do piauí para o mundo.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

eureka!

e finalmente me veio o que pesquisar no doutorado: algo tão óbvio, tão apropriado e tão a minha cara que eu já poderia ter descoberto há meses - o que teria me poupado um bocado de angústia, pero bueno. por enquanto vou contar apenas isto. tendo em vista a complexidade natural do processo, e mais outras que circunstancialmente se impuseram, tenho muito trabalho pela frente e só o tempo dirá se dará certo, se terei sucesso e se a escolha foi acertada. me desejem sorte, tempo, concentração e inspiração, que o resto eu tiro de letra.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

simple like that

"happiness is when what you think, what you say, and what you do are in harmony."
[mahatma gandhi]

domingo, 26 de abril de 2009

lady lispector

"sempre tive a sensação de mal-estar no mundo, uma sensação de não caber no meu espaço, um desconforto diante de meus pares – eu me pergunto: tenho pares? eu sabia que em mim há uma mulher que tento esconder ferozmente. tenho medo que as pessoas identifiquem meus excessos, essa quantidade absurda de pernas e braços que camuflo sob a roupa que visto... que diriam se soubessem das muitas que vivem em mim e tentam bravamente, numa luta corporal, projetar-se do meu corpo? tomariam-me por uma aberração? elas não podem me achar, então eu vivo a árdua tarefa de perder-me diuturnamente como no jogo de esconde-esconde. qualquer hora dessas vou perder-me de tal modo que não mais serei capaz de fazer minha montagem humana. tropeçarei nas pernas, trocarei os pares de braços e não saberei a quem pertenço."
[clarisse lispector]
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enviado há alguns dias para mim, via depoimento do orkut, por uma certa clara cheia de clarividência.

resumo de uma semana atípica

- minha mãe bateu o carro e passa bem.
- minha irmã foi assaltada e passa bem.
- uma aluna suicidou-se.
- meu pai escreveu suas memórias de infância e fui apresentada ao meu bisavô otávio - o barão de rothschild do icó.
- assisti três filmes israelenses: valsa com bashir, a banda e a noiva síria. [recomendo todos, especialmente este último, do mesmo diretor de lemon tree]
- fui ao teatro para ver o espetáculo mangiare. [muito legal!]
- tivemos (mais) um feriado na terça.
- fui ao eusébio e peguei uma chuva daquelas.
- conduzi, sozinha, uma longa reunião com os meus professores.
- levei o kalil na escola.
- fiz pequenas reformas em casa.
- comi biscoito calipso.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

a constatação e o plano

porque eu gosto (muito) mais dos bichos do que das pessoas.
e porque um dia eu ainda largo tudo e vou ser bióloga.

domingo, 19 de abril de 2009

once and again

"o correr da vida embrulha tudo. a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. o que ela quer da gente é coragem."
[guimarães rosa]

quarta-feira, 15 de abril de 2009

do manual "para gostar de são paulo"

parque buenos aires - sp

são paulo no outono é o que há. desta vez fez sol, um céu azul como dificilmente se vê, e choveu apenas o suficiente para melhorar a qualidade do ar. a temperatura oscilou gostosamente entre os 16 e os 24 graus diários e o trânsito melhorou muito quando metade dos paulistanos desceram a serra na quinta-feira santa. não consegui enganar meu costume de adoecer assim que coloco os pés na cidade e fiquei de cama um dia e meio - tempo suficiente para que eu lesse quase todos os livrinhos da coleção bossa nova da folha de são paulo da dona vera, até entrar no antibiótico e me sentir como se nada tivesse acontecido quase que instantaneamente. mesmo assim, consegui fazer quase todas as coisas que havia programado, com destaque para o tradicional jantar na casa do paulo e da carmen, o almoço natureba na nana, o encontro com o vicente no américa, e minha histórica vitória no academia, jogando contra adversários do mais alto 'padrão grow de qualidade', na hilária noite em que jorgê (definitivamente a pessoa mais engraçada que eu conheço!) narrou-nos as peripécias de seu avô josé belo - "ladrão de alpino" - no charmoso apartamento da carlos comenale.
o troféu 'passeio legal' foi para o tour, sugerido pela época são paulo, feito a pé entre higienópolis e pacaembú, únicos bairros em que eu moraria, senão no jardim paulista (considerando que eu não ganharei na mega sena para comprar aquele apartamento de 14 milhões de reais, no morumbi, ou aquela mansão da vila nova conceição!). desci a avenida angélica e atravessei o bonito parque buenos aires, saindo dele pela rua bahia. depois contornei a praça vilaboim, com parada obrigatória na barcelona de benjamim abrahão e direito a experimentar o melhor bolo de chocolate do mundo (que eu não encontrei em lisboa e acabei comendo em são paulo!) na rua alagoas. para terminar, desci até o recém-inaugurado museu do futebol, que fica dentro do estádio do pacaembú e tem entrada franca às quintas. muito legal e colorido. recomendo. e como sou a primeira pessoa que conheço a voar de azul, recomendo também. o preço é justo, as aeronaves são brasileiras, novíssimas e silenciosas. o pessoal de terra e de ar é simpático e solícito - a maioria gente que ficou na varig até o fim ou que aceitou ganhar menos do que ganhava na gol em troca de mais respeito e qualidade de vida. os atrasos são ainda inexistentes (por isso, entre outras coisas, eles optaram por não operar em cumbica e no galeão) e os serviços são rápidos e corretos. eles aboliram as incômodas poltronas do meio e os carrinhos de comida e alargaram, pouco mas consideravelmente, o corredor e o espaço entre as fileiras. por 50 reais a mais, viaja-se numa espécie de classe executiva, o que certamente valerá a pena para quem tem mais de 1,80m. no mais, a chegada e a saída por viracopos não é assim tão horrenda como que para colocar tudo a perder. considerando o trânsito que se pode pegar entre guarulhos e a paulista na maior parte dos dias e horários, o ônibus da azul é capaz de fazer o trajeto entre campinas e o villa lobos ou o eldorado, ambos na fedorenta marginal pinheiros, em até menos tempo. ê, são paulo!
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e parafraseando a minha xará: "meu povo, tenha noção!".

domingo, 12 de abril de 2009

coleção vinícius de moraes

tá bom, eu admito ter batido todos os recordes da minha vida de 'burguesinha' ao caminhar pelo iguatemi paulistano com uma sacola da amsterdam sauer na mão, mas foi por uma causa nobre. vocês conseguem pensar em alguma coisa pendurável no pescoço mais a minha cara do que isso?

bravo!

tenho uma superstição quase impublicável. em verdade, trata-se de uma superstição do fernando, que acabei por incorporar. só posso entrar num avião em posse das publicações mais recentes de duas revistas: a bravo! e a mundo estranho. eu sei que é ridículo, mas superstição nunca combinou com racionalidade e, neste caso, pelo menos, além de garantir a chegada em segurança aos meus destinos, eu chego sempre um 'cadin' mais inteligente também (bem melhor do que se a superstição envolvesse as publicações mais recentes de revistas como a caras e a contigo! - duas que só leio em salão de beleza, enquanto faço as unhas, o que, graças a esta minha vida de "executiva", eu faço cada vez com menos freqüência).
desta vez, queridos, deliciei-me, na ida, com uma entrevista a ferreira gullar - "o último grande poeta brasileiro", como o descreveu meu vinícius em 1976. em seis páginas que definitivamente merecem ser lidas (e que, portanto, eu não poderia deixar de indicar a vocês), ferreira gullar brinda o leitor com a lucidez que lhe é característica. vejam alguns trechinhos, que foram por mim selecionados, ou corram para a banca mais próxima, munidos de 14 reais, e peçam pela edição de março da revista bravo! (a edição de abril ainda não estava disponível na laselva do pinto martins dia 4):
... no fundo, a vida não passa de uma constante tensão entre acaso e necessidade.
nada escapa desse binômio?
nada. o que faz o homem sobre a terra? luta para neutralizar o acaso. eis a principal necessidade humana: driblar o imprevisível, a bala perdida. concebemos Deus justamente porque buscamos nos proteger da bala perdida. Deus é a providência que elimina o acaso. é o antiacaso.
você não crê que Ele exista?
gostaria de acreditar, mas não acredito. uma pena... poucas crenças podem ser mais reconfortantes do que a fé em Deus. Ele enche de sentido as nossas vidas sem sentido. "eu não sou cachorro, não!", cantava o waldick soriano, lembra? uma frase sugestiva, já que os homens realmente não se vêem como cachorros. os homens anseiam uma condição sublime. não à toa, inventaram Deus: para que Deus os criasse. Se você pensar direito, todas as coisas abstratas ou concretas que a humanidade constrói têm a intenção de dar significado à vida - e , não raro, um significado especial. nós, que frequentemente praticamos atos injustos, inventamos a justiça. por quê? porque desejamos ser melhores do que somos e tornar menos insolúvel o mistério de viver. a arte surge pelo mesmo motivo.
...
a falta de controle sobre o ato de escrever o angustia?
não, em absoluto. a experiência de criar um poema é maravilhosa. mas, como não depende inteiramente de mim, sei que corro o risco de nunca mais vivenciá-la. se parar de fazer poesia, vou lamentar - só que não a ponto de disparar um tiro na cabeça. nenhum poema, de nunhum poeta, me parece imprescindível. dante alighieri poderia não ter escrito 'a divina comédia'. ou poderia tê-la escrito de outro jeito. novamente: tudo se subordina à lei do acaso e da necessidade.
um poema deve sempre emocionar?
sim, deve emocionar primeiro o poeta e depois o leitor.
...
não creio mais em luta de classes. já aprendi que o capitalismo é como a natureza: invencível.
e a crise econômica que o mundo enfrenta atualmente? não põe o capitalismo em xeque?
sem dúvida atravessamos um momento delicadíssimo. mesmo assim, estou convicto de que o capitalismo resistirá. trata-se apenas de mais uma crise num sistema que vive de crises. repito: o capitalismo vai imperar porque segue a lógica da natureza. é brutal, é amoral. não demonstra piedade por nada nem por ninguém. em compensação, nos oferece uma série de benefícios. o capitalismo, à semelhança da natureza, se desenvolve espontanemente. não precisa que meia dúzia de burocratas dite o rumo das coisas, como acontecia nos regimes socialistas. em qualquer canto, há um cara inventando uma empresinha. de repente, no meio deles, aparece um bill gates. são multidões em busca de dinheiro! impossível deter uma engrenagem tão eficiente. podemos, no máximo, brigar para que as desigualdades geradas pelo capitalismo diminuam. aliás, convém que briguemos. não devemos abdicar de um mundo mais justo, ainda que capitalista.
...
em setembro de 2010, você completa 80 anos. sente-se realizado?
olha, a vida é uma cesta em que, quanto mais se põe, mais se deseja colocar. estamos sempre partindo do zero. hoje pinto um quadro ou termino de ler um livro. fico satisfeito. mas, amanhã, me pergunto: e agora?
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deixo vocês com estas reflexões, queridos. esta será uma semana cheia em termos de trabalho. duas semanas em uma só, considerando que não trabalhei na passada, em razão da viagem e do feriado da semana santa. de qualquer forma, prometo tentar voltar aqui para contar como foi são paulo. fiquem em paz e não comam o chocolate acumulado da páscoa todo de uma vez.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

amo muito tudo isso!

voar de azul pela very first time...
caminhar anônima pela paulista...
conversar horas com o velhinho mais legal do planeta...
comer pastel de feira da japa...
assistir uma peça de teatro...
tomar lanche de madrugada na galeria dos pães...
olhar para o rosa e azul de renoir...
visitar a nana...
andar de metrô...
fuçar sobre o doutorado em internacional no largo do são francisco...
estar presente no aniversário da chrys...
ver como cresceram o otávio, a sophia, o fernandinho e a isabela...
conhecer a isa e, talvez, o felipe...
me perder na cultura do conjunto nacional...
ir, a pé, comer uma pizza na veridiana da josé maria lisboa...
tomar um café na varandinha da starbucks da alameda santos com a campinas...
jantar na casa do paulo...
pegar um cineminha na reserva cultural e outro no espaço unibanco da augusta...
comer um hamburguer no américa...
e voltar a tempo de almoçar o bacalhau da minha mãe, rodeada dos meus.

terça-feira, 31 de março de 2009

faixa treze

lying in my bed i hear the clock tick,
and think of you
caught up in circles
confusion is nothing new
flashback to warm nights
almost left behind
suitcase of memories,
time after...
sometimes you picture me
i'm walking too far ahead
you're calling to me, i can't hear
what you've said
then you say: go slow
i fall behind
the second hand unwinds
if you're lost you can look and you will find me
time after time
if you fall i will catch you

i'll be waiting
time after time
if you're lost you can look and you will find me
time after time
if you fall i will catch you

i'll be waiting
time after time
after my picture fades

and darkness has turned to gray
watching through windows

i´m wondering
if you´re ok
secrets stolen from deep inside
the drum beats out of time

if you´re lost...
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porque hoje eu dirigi ouvindo essa música, time after time.
[e porque eu já tive uma gata chamada cindy (lauper)]

sábado, 28 de março de 2009

do outro lado

mais um belo filme fora do circuito. trata-se de uma co-produção turco-alemã justamente premiada em alguns dos mais importantes festivais europeus, incluindo melhor roteiro em cannes 2007. o mote é o entrelaçamento de vidas supostamente distantes e intangíveis. adorei. talvez porque eu tenha a nítida sensação de que somos mesmo apenas os peões no jogo dos deuses.
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p.s.: destaque para a belíssima trilha sonora.

quarta-feira, 11 de março de 2009

o gabarito

1. quando eu tinha treze anos, fui convidada para ser angelicat (leia-se ‘paquita da angélica’) e não aceitei. (V)

era julho de 1989. eu voltava do festival nacional de dança de joinville, acompanhada da minha mãe e da minha irmã, e paramos no rio para visitar uns tios e primos que ainda vivem no mesmo endereço da nascimento silva. foi a primeira vez que eu fui ao rio e ainda lembro do encantamento que foi sair do túnel rebouças, no caminho entre o galeão (hoje tom jobim) e ipanema, e dar de cara com o cristo, iluminado, lá no alto. era noite. lembro-me de termos nos hospedado num hotel da visconde de pirajá, bem próximo à esquina da farme, onde até a penúltima vez que estive lá havia o primeiro mc donald´s em que comi na vida. naquele então, minha prima – a nana – era angelicat e trabalhava como assistente de palco da angélica no clube da criança fazia já alguns meses. eis que, neste contexto, lá fui eu, com ela, passar um dia inteiro na extinta rede manchete (que ficava naquele prédio bonito do niemeyer, na frente do aterro do flamengo), acompanhando a gravação sucessiva de uns cinco programas, que foram ao ar numa mesma semana, alguns dias depois. eu era, então, uma pré-adolescente do final dos anos 80, e aquilo, para mim, naturalmente, foi o máximo: passar um dia numa das maiores redes de televisão do país (para quem não lembra, os bloch eram donos de um verdadeiro império!), com direito a almoçar com os artistas no refeitório comum e a transitar livremente pelos bastidores e camarins... e foi assim que veio o convite, da boca de um dos produtores... e eu tive de recusar porque, entre outras coisas, eu não morava no rio. [e não, clarita, não era necessário ser loira. só havia esse pré-requisito para paquitas. minha prima era (é) morena e pelo menos duas outras angelicats dessa época, a elaine e a marcela, também eram. acho que só havia uma loira na época, que se não me falha a memória atendia pelo nome de rosy. e depois que a nana e a marcela saíram, entrou a giovanna (antonelli), que também era (é) morena].

2. eu quase morri eletrocutada em madrid. (V)

foi em dezembro de 2000. não me perguntem como, mas eu consegui deixar cair um secador de cabelo ligado na tomada numa pia cheia d´água (que na ocasião funcionava como um ‘balde’ que deveria gelar uma garrafa de leite – uma coisa dessas obviamente não poderia dar certo!). eu estava descalça, molhada e enrolada numa toalha igualmente molhada. num impulso, meti a mão dentro d´água para salvar o secador. só estou aqui para contar a história porque, no exato momento em que minha primeira ponta de dedo tocou a água, o disjuntor disparou e acabou com toda a luz do hotel convención pelos quarenta minutos subseqüentes. sim, por literalmente um triz eu não voltei morta, e preta, da minha lua-de-mel! o mais curioso é que agora em dezembro eu queimei outro secador na espanha, desta vez em santiago, e ele levou junto toda a luz do prédio da flá por pelo menos uns vinte minutos (até nós acharmos o tal do disjuntor!). e, não, eu não sou desastrada - meus secadores de cabelo é que já nascem destinados a morrer na espanha.

3. eu já dancei a ave maria de gounod, de calcinha e sutiã, ao meio dia, no palco externo do teatro josé de alencar. (V)

coisa que saiu da cabeça (maravilhosamente louca) do fernando mendes – que Deus o tenha! éramos eu, carlota, vilemara e christiane, de calcinha e sutiã, escandalizando o povo, debaixo de um escaldante sol de meio dia, e em cima de uns cavaletes (uma coisa meio deborah colker), naquele jardim maravilhoso do burle marx. e a ave maria de gounod no mundo! isso foi em algum dia entre 1991 e 1993 e agora eu sei porque ‘jesuismechicoteia’ até hoje [não foi candy shop que eu dancei pelada em cima da mesa da santa ceia não!].

4. eu perdi um irmão. (V)

eu tinha mais ou menos uns quatro anos quando meus pais me deixaram na casa da minha avó esther e ficaram de me trazer um irmãozinho, que não chegou. não tenho muito mais referências do fato porque foi um episódio familiar doloroso sobre o qual durante muitos anos evitamos, todos, falar. só sei que a bolsa da minha mãe rompeu antes dos nove meses de gestação e o médico esperou tempo demais, e que eu gostaria, muito, de ter tido esse irmão. sempre tive a sensação de que eu teria tido com ele a afinidade que nunca tive com minha irmã.

5. eu perdi um bebê. (V)

foi no final do ano passado. tive o que a medicina chama de aborto espontâneo retido, coisa comum na primeira gravidez. descobri numa ultrassom de rotina, às onze semanas de gestação. foi bem triste e ainda não me sinto preparada para falar muito mais sobre o assunto.

6. quando eu morava na espanha, os meus colegas do curso de espanhol para estrangeiros achavam que eu era filha do presidente do brasil. (V)

essa é engraçada. era 1995 e eu fazia um curso intensivo de espanhol para estrangeiros nas imediações da calle princesa, em madrid. éramos eu e minha prima carol, brasileiras; um casal de japoneses; um casal de americanos; um alemão; algumas holandesas; e um árabe, o rabah. o rabah era super engraçado e me ensinou a escrever, da direita para a esquerda, o meu nome em árabe, que ficou parecendo uma bonequinha. do nada, só para zoar, ele inventou que eu era filha do presidente do brasil. as holandesas tinham amigas holandesas em outras turmas e estava formado o fuzuê. na hora do intervalo, chovia de gente na porta da nossa sala para conhecer ‘a filha do itamar’. e de nada adiantava eu dizer que era invenção dele, porque ele dizia que eu não admitia por questões de segurança... acho que até hoje tem gente aí pelo mundo que conta que estudou espanhol com a filha do presidente do brasil.

7. eu tenho intolerância à lactose. (V)

descobri há uns dois anos. desde então, só tomo leite de soja. me recuso a tomar lactase sintética (a enzima que produzo menos do que necessitaria para metabolizar a lactose, açúcar presente no leite e derivados) e vou controlando como dá. passei três meses sem comer absolutamente nada que contivesse lactose. nessa época, descobri que quase tudo contém lactose ou o que eles chamam de ‘traços de leite’. comer fora de casa era quase impossível. só dava para comer sushi, sem queijo. hoje até posso comer pizza e sorvete, só não dá mais para comer os dois no mesmo dia.

8. minha mãe foi operada de apendicite quando estava grávida de mim. (V)

ela estava com três meses de gravidez e começou a sentir alguns sintomas. naquela época, a medicina não dispunha de métodos para comprovar o diagnóstico e o médico resolveu operá-la ‘no escuro’, porque coincidentemente a mulher dele tinha tido a mesma coisa, também grávida, alguns meses antes, e era apendicite. numa situação dessas, se a pessoa não opera, o apêndice pode supurar e o risco de morte é iminente. e foi assim que, mesmo não garantindo a sobrevivência do bebê (que no caso era eu!), ele resolveu operar a minha mãe. e era apendicite. e a operação foi um sucesso. e eu sobrevivi.

9. meu pai foi atropelado por um ônibus quando tinha 7 anos de idade. (V)

triste, mas também é verdade. ele foi comprar pão, soltou a mão do empregado, correu e não viu o ônibus - sabem como é criança. saiu até no jornal, com a fotinha dele da primeira comunhão – a mesma que estampa um porta-retrato na casa da minha mãe. outro dia, a minha avó me mostrou o jornal amarelado e eu não gosto nem de lembrar do que dizia a manchete sobre a foto. foi bem grave. ele passou vários meses deitado e teve praticamente que reaprender a andar, tadinho! mas superou, e hoje joga tênis toda terça e quinta de manhã. e tem só uma cicatrizinha desfalecida na barriga, onde teve de operar a bexiga, que estourou.
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viram só a pegadinha? todas as alternativas verdadeiras... mas eu falei que o meme era adaptado... pra vocês verem como todas essas coisas podem acontecer a uma só pessoa, numa só família, ainda mais se essa pessoa for eu, e essa família for a minha.

domingo, 8 de março de 2009

v ou f

1. quando eu tinha treze anos, fui convidada para ser angelicat (leia-se 'paquita da angélica') e não aceitei.
2. eu quase morri eletrocutada em madrid.
3. eu já dancei a ave maria de gounod, de calcinha e sutiã, ao meio dia, no palco externo do teatro josé de alencar.
4. eu perdi um irmão.
5. eu perdi um bebê.
6. quando eu morava na espanha, os meus colegas do curso de espanhol para estrangeiros pensavam que eu era filha do presidente do brasil.
7. eu tenho intolerância a lactose.
8. minha mãe foi operada de apendicite quando estava grávida de mim.
9. meu pai foi atropelado por um ônibus quando tinha 7 anos de idade.
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marquem v ou f que eu passo o gabarito no próximo post.
[meme, adaptado, da jana - a falta do que fazer nos meus domingos está me matando!]

sexta-feira, 6 de março de 2009

sawyer´s mistake

3 anos não é tempo suficiente para se esquecer um grande amor.
[es-tu-pe-fa-ta com o oitavo episódio da quinta temporada de lost, que acabo de assistir]
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sem mais para o momento.

terça-feira, 3 de março de 2009

sinal de fumaça

queridos, apenas para fazer um sinalzinho de fumaça e dizer que, apesar da falta de exposição da minha figura nesta biroska nos últimos dias, ainda vivo e ainda me acontecem coisas, e me ocorrem pensamentos. aí vão alguns aleatórios:
*desde ontem dou de cara com a lua na subida da rampa que me leva ao portão da osvaldo cruz, na saída do trabalho. bonita que só, mesmo meio encoberta por uma nuvem fina e não estando cheia. uma pequena alegria dos meus dias - das minhas noites, para ser mais exata.
*ameaça cair uma chuva torrencial sobre fortaleza. saiu até no jornal: três dias e três noites de tempestade sem parar. eu, com todo o meu respeito (leia-se pavor) a fenômenos da natureza com pontecialidades apocalípticas, me empenho apenas em manter minha despensa garantida para qualquer eventualidade.
*e por falar em comida, já emagreci 4 dos (pelo menos) 7 quilos que me propus a secar. projeto couro e osso a todo vapor.
*apesar de estar um tanto saturada com algumas coisas no trabalho, e já começar a considerar seriamente as possibilidades de um plano b, que inclui um doutorado aqui ou fora, confesso que nunca me senti tão útil e importante numa função. tenho aprendido a perceber e valorizar minhas competências e a vida tem me confirmado que 'o que é do homem, o bicho não come'.
*e por falar em trabalho, descobri hoje que minha alcunha na faculdade, entre alunos - e alunas - de primeiro a décimo semestres, é 'deusa grega'. estou certa de que há alguma sacanagem ou ironia implícita, que ainda descobrirei, motivando esta nomeação, mas fiquei feliz por não ser conhecida por coisas piores, como 'dançarina de lambada', por exemplo. só fiquei aqui a (over)pensar em que deusa seria eu: atenas, themis, afrodite, hera, ... ???? - aceito palpites.
*voltar para a academia (nem que seja a daqui do prédio), para a análise e para o francês. preciso encontrar uma maneira para estes três retornos. desejem-me sorte e, sobretudo, coragem.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

só alegria

nosso pequeno príncipe voltou para casa.
[é carnaval no meu coração]

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

pára tudo e chama a nasa!

tá certo que ninguém merece michael sullivan & paulo massadas, mas a ana carolina cantando um dia de domingo vai para o top 10 das melhores regravações de todos os tempos.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

eu queria ter um sobrinho assim!

e já que temos falado dele nos últimos posts: lico está nos estados unidos e sou eu quem está fazendo intercâmbio. como sou a melhor da família no inglês, desde que ele partiu, em setembro do ano passado, tenho trocado emails regularmente com a sharon, que é a mãe americana dele - uma mulher incrível e admirável que, junto à eleição de obama, me fez acreditar que existe vida inteligente na américa.
a propósito, transcrevo o email que acabo de receber:

"Hi Candice,
Our Sunday at Marty's mom's was nice. She made swiss steak and mashed potatoes. She made Kalil's favorite banana creme pie for desert.
Tomorrow we will be up to almost 60 degrees and sunshine! Spring!
If you travel to the USA you MUST come to Michigan! It would be great! Forget New York, Just a big dirty city...lol. Just kidding, I'm sure it's nice. I just want you to come here...lol.
Tonight we went with Kalil to the school. He was honored for being chosen for the "circle of excellence". Here is what his math teacher said about him: "It is my pleasure to nominate Kalil for the Circle of Excellence. Kalil, who is a foreign exchange student, has been a stand-out performer in our Physics class. He is always at the top of the class on homework and tests. Kalil is very creative in his solutions to problems. Other students look to him for help when they are frustrated with a problem, and he is more than happy to assist them. Kalil is also good at asking appropriate and thought-provoking questions in class discussions. His presence makes the class better for all of us, and we are very pleased to have him at Lakewood."
It is quite an honor for him. His parents would be very proud of him. We, as host parents were.
I'll try to send a photo of tonight.
Talk to you soon. Have a great week.
Love, Sharon."
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meu nome é orgulho. e, além de tudo, é lindo.
[será que eu estou ficando para titia???!!!]

domingo, 8 de fevereiro de 2009

boa noite, benjamin

eu sempre pensei muito sobre o tempo, mas ultimamente sinto que é ele quem tem pensado sobre mim. e tem me chamado, sutilmente, para me lembrar que vai passar, mais rapidamente do que imagino, deixando para trás todos os pores-do-sol que eu continuar insistindo em preterir em favor de coisas menos bonitas e importantes [ah como dói tomar consciência da vida!]. e aí, para acabar de transfixar a adaga no meu pobre e dom-quixotesco coração, assisti o curioso caso de benjamin button. lindo de morrer. domingo é mesmo dia que não gosta de ver ninguém bem.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

diário de uma insone

dormi o sábado inteiro, de cansaço acumulado da semana. tenho trabalhado como uma camela, de dia, de tarde, de noite e de madrugada, numa insanidade inescusável e que pretendo não repetir. passei meu dois de fevereiro numa correria tão grande que nem lembrei de iemanjá. queria ter estado em salvador, molhando os pés no mar do rio vermelho e fazendo minha oração anual na igreja de santo antônio da barra, num ecumenismo possível apenas na bahia. agora estou aqui, às três da manhã, acordada como se estivesse no fuso da costa oeste americana. acabo de chorar espessas lágrimas com o leitor, de stephen daldry . kate winslet está fantástica como sempre e faz jus à indicação ao oscar de melhor atriz. ralph fiennes continua de uma dignidade irretocável e a história é bela e densa como uma mesa de jantar de madeira maciça de doze lugares. recomendo aos mais pacientes e sensíveis, que são dois a cada três dos gatos pingados que ainda freqüentam esta biroska.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

mr. buster

a fá, que também é uma alma sensível amante de vininha, me deixou este comment no último post:
can, o "poetinha" está sempre vivo na vida da gente, não? a gente - bien entendu- as pessoas de sensibilidade no coração! lembrei do poema q ele escreveu pro mr. buster, lembra?
"olhe aqui, mr. buster: está muito certo que o sr. tenha um apartamento em park avenue e uma casa em beverly hills. está muito certo que em seu apartamento de park avenue o sr. tenha um caco de friso do partenon, e no quintal de sua casa em hollywood... está tudo muito certo, mr. buster – o sr. ainda acabará governador do seu estado e sem dúvida presidente de muitas companhias de petróleo, aço e consciências enlatadas. mas me diga uma coisa, mr. buster. me diga sinceramente uma coisa, mr. buster: o sr. sabe lá o que é um choro de pixinguinha? o sr. sabe lá o que é ter uma jabuticabeira no quintal? o sr. sabe lá o que é torcer pelo botafogo?" genial...bjk fá.
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é, querida, e já diria o tom que "viver nos estados unidos é bom, mas é uma merda. viver no brasil é uma merda, mas é bom."
e é por isso que o meu lilil está voltando. e dentro de mais quinze dias eu estarei numa cozinha, cheirando a chocolate meio amargo e com o coração explodindo de felicidade. e para quem pensou outra coisa, pelo tamanho do rapaz da foto na neve, ele é tecnicamente meu sobrinho, espiritualmente meu irmão, sentimentalmente meu filho, silenciosamente meu amigo, incondicionalmente meu amor.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

eu não ando só, só ando em boa companhia...

semana passada eu ganhei um cdzinho muito fofo e agora andamos, para cima e para baixo, no carrinho amarelo, eu, vininha e toquinho. gravado em milão na década de 70, cheio de músicas da fase baiana, e com insensatez, que eu gosto cada vez mais, dedicada ao tom na faixa 5 (que bem poderia ser a 8). e eu vou rindo, nos meus caminhos - de casa para o trabalho, e do trabalho para casa, com alguma incursão eventual ao supermercado ou ao posto de gasolina. vou rindo do escracho (maravilhoso) do vinícius em sua última década de vida. vou rindo de pensar na cara do pessoal do itamaraty e dos poetas ortodoxos da época ao ouvir músicas como tatamirô e testamento*. vou rindo, cantando e mandando para a tonga da mironga do kabuletê, com todas as minhas forças, como um mantra em nagô, as 'malas' que têm passado pela minha mesa nos últimos dias (e também aquelas que eu sei que ainda irão passar!).

*você que só ganha pra juntar
o que é que há, diz pra mim, o que é que há?
você vai ver um dia
em que fria você vai entrar
por cima uma laje
embaixo a escuridão
é fogo, irmão! é fogo, irmão!
[pois é, amigo, como se dizia antigamente, o buraco é mais embaixo... e você com todo o seu baú, vai ficar por lá na mais total solidão, pensando à beça que não levou nada do que juntou: só seu terno de cerimônia. que fossa, heim, meu chapa? que fossa!]
você que não pára pra pensar
que o tempo é curto e não pára de passar
você vai ver um dia, que remorso, como é bom parar...
ver um sol se pôr
ou ver um sol raiar
e desligar, e desligar
[mas você, que esperança... bolsa, títulos, capital de giro, public relations (e tome gravata!), protocolos, comendas, caviar, champanhe (e tome gravata!), o amor sem paixão, o corpo sem alma, o pensamento sem espírito (e tome gravata!) e lá um belo dia, o enfarte; ou, pior ainda, o psiquiatra]
você que só faz usufruir
e tem mulher pra usar ou pra exibir
você vai ver um dia
em que toca você foi bulir!
a mulher foi feita pro amor e pro perdão
cai nessa não, cai nessa não!
[você, por exemplo, está aí com a boneca do seu lado, linda e chiquérrima, crente que é o amo e senhor do material, e é que o distinto está muitíssimo enganado. no mais das vezes ela anda longe, perdida num mundo lírico e confuso, cheio de canções, aventura e magia, e você nem sequer toca a sua alma. é, as mulheres são muito estranhas, muito estranhas]
você que não gosta de gostar
pra não sofrer, não sorrir e não chorar
você vai ver um dia
em que fria você vai entrar!
por cima uma laje
embaixo a escuridão
é fogo, irmão! é fogo, irmão!*
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[vinícius de moraes & toquinho]

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

anjo de mim

e hoje eu sonhei e falei com o meu amor que está nos estados unidos, morrendo de frio e de saudades. eu sei que existem certas ligações que nem um oceano inteiro é capaz de desfazer, mas no dia em que nós pendurarmos uma faixa de boas-vindas de volta bem na frente de um prédio da maria tomásia, e eu fizer uma receita inteira de petit gateau para ele, meu coração vai explodir de felicidade. amor maior não pode existir.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

... e o meu coração, embora finja fazer mil viagens, fica batendo parado naquela estação...

tentando me alimentar retroativamente das belezas vistas para aguentar o tranco por aqui.
[uma caminhada pelo retiro tem o poder de me manter viva por anos, eu sei.]
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e hoje foi o meu troço quem foi embora para salamanca. ela e camis: dois ótimos motivos para voltar à minha terra ainda este ano. vontade não me falta, só milhas.
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pequena alegria do dia: minha fugida de duas horas esta tarde para ver fatal, em cartaz no espaço unibanco do dragão do mar: um filme americano com direção espanhola e estrelado por penélope cruz - apresentação por demais simplista para a delizadeza que percebi e que poderia me fazer escrever um post completo, o que farei se tiver tempo, e me restar inspiração, no final de semana, ok queridos? caso contrário, fica a indicação, lembrando que é preciso ter sensibilidade para entender a mensagem subliminar, senão o filme se torna de uma pieguice quase irritante.
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e o bom foi a crise de riso que eu tive quando a cara-de-pau sentada na minha frente atendeu o celular e, bem baixinho, disse: "eu estou numa reunião." haja oléo de peroba!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

jesuismechicoteia!

está confirmado: eu dancei candy shop de salto alto em cima da mesa da santa ceia, e deve ter sido pelada! nem um final de semana inteiro foi capaz de enfiar o mínimo de noção na cabeça do infeliz (citado no post abaixo), e hoje ele correu para a direção, para fazer sua reclamação formal sobre o fato de eu me resguardar o direito de não atender alunos aos sábados pela manhã em meu telefone particular.
como se não bastasse, uma outra semi-imputável foi dar seu show particular na mesma direção, blasfemando que eu nunca estava na coordenação e que tinha desligado o telefone na cara dela esta tarde. francamente, eu durmo em casa, mas moro na fic, e ainda vou fazer um curso em recife para aprender como é que se desliga telefone na cara de aluno, vocês vão ver!!!
[no meio disso tudo, meu telefone quase batia o recorde de 47 chamadas não atendidas - pensem no inferno na terra!!!]
e para fechar com chave de ouro, meu melhor professor vem me informar que está de mudança irremediável para o rio grande do sul e que não poderá assumir suas vinte horas de aulas semanais (que, por acaso, só por acaso, começam segunda-feira que vem).
estou quase convicta de que hoje só não pedi demissão porque a patroa viajou pro rio de janeiro. e me pergunto: o que será que eu fiz no último 26 de janeiro para merecer um dia desse???!!!
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minha pequena alegria do dia foi a chegada dos exemplares da revista da uri, de santo ângelo (rs), editada pelo meu querido amigo f., com um artigo meu publicado. por um segundo eu vislumbrei a possibilidade de partir daqui para o doutorado, dando uma banana a la reginaldo farias em vale tudo para quem fica.
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e feliz ano novo particular para vaquilda amada-idolatrada-salve-salve!!!

sábado, 24 de janeiro de 2009

eras e iras

camis foi embora para o doutorado em salamanca. fui dar-lhe um abraço de despedida e cruzei a santos dumont de ponta a ponta sob um belo céu de final de tarde, ouvindo markéta irglová e pensando em como vão-se rápidas as eras, e em como indiferentemente só nos damos conta disto quando fecham-se as cortinas. foi-se uma era. uma era boa. de trabalho, parceria, confabulações, côcos diários, salgados de queijo coalho repartidos, café com pão na ricopane e muitas risadas. ficaram muitas histórias para contar e uma amizade para a vida.
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ontem eu fui jantar com amigos no mercado (onde já funcionaram o carambola e o le parisien). recomendo. mas como eu detesto o cearense way of life!
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e hoje eu acordei e meu celular, que dorme no silencioso, tinha nada menos que sete ligações perdidas, de números desconhecidos ou privados. faz tempo que não atendo números não registrados em minha agenda, mas a insistência foi tamanha que, lá pela décima tentativa, tive de atender - erro crasso! era um aluno, daqueles que ficariam entre os três mais chatos numa lista de dois mil. perguntei, muito educadamente, como o cidadão havia conseguido o meu número, dizendo que eu achava muito razoável me reservar o direito de não atender ligações de alunos no meu telefone particular, menos ainda nas manhãs de sábado. e o cidadão, ao invés de guardar a viola no saco, e pedir desculpas, como qualquer pessoa minimamente normal teria feito, teve a desfaçatez de querer discutir e dizer que iria fazer uma reclamação formal contra a minha pessoa na direção da faculdade. jesuismechicoteia que eu dancei candy shop de salto alto em cima da mesa da santa ceia! se ele ligar de novo, meu celular vai ficar piscando: imbecil llamando.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

são demais os perigos desta vida

são demais os perigos desta vida pra quem tem paixão
principalmente quando uma lua chega de repente
e se deixa no céu, como esquecida
e se ao luar que atua desvairado
vem se unir uma música qualquer
aí então é preciso ter cuidado
porque deve andar perto uma mulher
deve andar perto uma mulher que é feita
de música, luar e sentimento...
[vinícius de moraes]

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

amenidades e pequenas alegrias

cinco e meia da tarde de quinta-feira e um c4 pallas de vidros completamente pretos pára no portão lateral do meu trabalho, abre a porta traseira esquerda, espera apenas o tempo d´eu pular para dentro e vai embora, misteriosamente. quem viu esta cena suspeita deve ter pensado horrores sobre a minha pessoa. mas não, meu povo, eu fui só comer um pão com manteiga na chapa na ricopane com a donatela e o silveirinha (que queria ser o halley de cauã reymond!). pouco glamour, e muita alegria.

e por falar em a favorita, a globo está exibindo a quarta temporada de lost - que eu já vi há quase um ano porque sou uma lostmaníaca e baixo os episódios pela internet para vê-los com um delay não maior do que 24 horas depois que ele é exibido nos estados unidos. eis que essa semana eu assisti a reprise do episódio em que o desmond vai e volta no tempo e promete (e cumpre!) que vai ligar para a penélope (wildmore) oito anos depois, na noite de natal de 2004. eu enlouqueci, meu povo. e chorei um rio de novo com todo aquele romantismo com elementos de física quântica. tem jeito não, meu coração dom quixosteco resiste forte debaixo de toda a minha racionalidade alardeada.

e maysa, queridos? que seriado é esse? tá certo que ela era uma amy winehouse tupiniquim da década de 60, mas que tá lindo, isso tá. pena que acaba hoje. maneco arrasa, como sempre. e o jayme monjardim teve um colhão voador para dirigir a história da mãe nada convencional que lhe tocou ter nesta vida, não? bravo!
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e hoje eu fui cantar parabéns e abraçar nossa amiga olive oil no limone na hora do almoço. nossa amizade me remete a um tempo em que fui muito feliz. foi minha pequena alegria do dia.