quarta-feira, 15 de abril de 2009

do manual "para gostar de são paulo"

parque buenos aires - sp

são paulo no outono é o que há. desta vez fez sol, um céu azul como dificilmente se vê, e choveu apenas o suficiente para melhorar a qualidade do ar. a temperatura oscilou gostosamente entre os 16 e os 24 graus diários e o trânsito melhorou muito quando metade dos paulistanos desceram a serra na quinta-feira santa. não consegui enganar meu costume de adoecer assim que coloco os pés na cidade e fiquei de cama um dia e meio - tempo suficiente para que eu lesse quase todos os livrinhos da coleção bossa nova da folha de são paulo da dona vera, até entrar no antibiótico e me sentir como se nada tivesse acontecido quase que instantaneamente. mesmo assim, consegui fazer quase todas as coisas que havia programado, com destaque para o tradicional jantar na casa do paulo e da carmen, o almoço natureba na nana, o encontro com o vicente no américa, e minha histórica vitória no academia, jogando contra adversários do mais alto 'padrão grow de qualidade', na hilária noite em que jorgê (definitivamente a pessoa mais engraçada que eu conheço!) narrou-nos as peripécias de seu avô josé belo - "ladrão de alpino" - no charmoso apartamento da carlos comenale.
o troféu 'passeio legal' foi para o tour, sugerido pela época são paulo, feito a pé entre higienópolis e pacaembú, únicos bairros em que eu moraria, senão no jardim paulista (considerando que eu não ganharei na mega sena para comprar aquele apartamento de 14 milhões de reais, no morumbi, ou aquela mansão da vila nova conceição!). desci a avenida angélica e atravessei o bonito parque buenos aires, saindo dele pela rua bahia. depois contornei a praça vilaboim, com parada obrigatória na barcelona de benjamim abrahão e direito a experimentar o melhor bolo de chocolate do mundo (que eu não encontrei em lisboa e acabei comendo em são paulo!) na rua alagoas. para terminar, desci até o recém-inaugurado museu do futebol, que fica dentro do estádio do pacaembú e tem entrada franca às quintas. muito legal e colorido. recomendo. e como sou a primeira pessoa que conheço a voar de azul, recomendo também. o preço é justo, as aeronaves são brasileiras, novíssimas e silenciosas. o pessoal de terra e de ar é simpático e solícito - a maioria gente que ficou na varig até o fim ou que aceitou ganhar menos do que ganhava na gol em troca de mais respeito e qualidade de vida. os atrasos são ainda inexistentes (por isso, entre outras coisas, eles optaram por não operar em cumbica e no galeão) e os serviços são rápidos e corretos. eles aboliram as incômodas poltronas do meio e os carrinhos de comida e alargaram, pouco mas consideravelmente, o corredor e o espaço entre as fileiras. por 50 reais a mais, viaja-se numa espécie de classe executiva, o que certamente valerá a pena para quem tem mais de 1,80m. no mais, a chegada e a saída por viracopos não é assim tão horrenda como que para colocar tudo a perder. considerando o trânsito que se pode pegar entre guarulhos e a paulista na maior parte dos dias e horários, o ônibus da azul é capaz de fazer o trajeto entre campinas e o villa lobos ou o eldorado, ambos na fedorenta marginal pinheiros, em até menos tempo. ê, são paulo!
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e parafraseando a minha xará: "meu povo, tenha noção!".

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