sábado, 27 de dezembro de 2008
hola chicos! (desde españa)
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
eu e o sol
domingo, 21 de dezembro de 2008
natal intercontinental
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
livre para voar
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
unthinkable good things can happen, even late in the game...
domingo, 7 de dezembro de 2008
a quem interessar possa (ou não)
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
olha as coisas melhorando
queridos, estou melhorzinha. voltei para casa e a encontrei cheia de borboletas, estrelas, balões, flores e cheirinhos (tudo com um significado implícito!). coisa da minha mãe, que pegou a minha chave e foi lá, escondidinha, me fazer mais este mimo.segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
absoLUTO!
domingo, 2 de novembro de 2008
obama for america, obama for the world!
ando nervosa com as eleições desta semana. sou descrente dos americanos. os acho incapazes de eleger um democrata negro anti-imperialista de sobrenome hussein. queira deus que eu esteja errada, queira deus.segunda-feira, 13 de outubro de 2008
domingo, 5 de outubro de 2008
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
terça-feira, 30 de setembro de 2008
vou-me embora para o oriente
sábado, 20 de setembro de 2008
v.r.s.n.s.m.v s.m.q.l.i.v.b
sábado, 13 de setembro de 2008
dos limões, uma limonada
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
minha são paulo
está decidido. quando eu ficar velha, compro um apartamento charmoso nos jardins e vou morar em são paulo. sem precisar pegar a marginal para ir trabalhar, restrinjo minha vida ao quadrilátero formado entre a paulista, a estados unidos, a rebouças e a brigadeiro luís antônio. ali, deslocando-me sempre a pé, farei como as mulheres maduras que observei desta vez: resolverei minhas coisas práticas; verei todos os filmes de arte em cartaz na reserva cultural, no conjunto nacional e no espaço unibanco da augusta; tomarei cafezinhos solitários na starbucks da alameda santos, no havanna da bela cintra, no frans café da haddock lobo ou na ofner da campinas; gastarei largas fatias de minha merecida aposentadoria na livraria cultura e na fnac; almoçarei nos finais de semanas com meus poucos amigos no viena ou comerei com eles uma pizza na veridiana da josé maria lisboa nas noites de quinta-feira. visitarei com freqüência o masp, para conferir as exposições temporárias ou ficar alguns minutos diante do rosa e azul de renoir na galeria permanente, lembrando com saudades de minha infância na oliveira viana, onde tínhamos uma réplica na parede. irei regularmente ao teatro, especialmente aos dramas e às comédias, porque ainda serei uma mulher de extremos. e ainda me encantarei com o trianon - aquele monte de verde rodeado de cinza por todos os lados, inclusive o de cima.segunda-feira, 18 de agosto de 2008
sampa
sábado, 16 de agosto de 2008
insensatez
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
ní hao!
esta biroska foi recentemente linkada num blog bem interessante chamado crônicas urbanas. e eis que numa breve passagem por lá me deparei com um texto - pra lá de oportuno - de luís fernando veríssimo, intitulado pense na china, que transcrevo abaixo.Desanimou, certo? É impossível pensar na China e continuar, mesmo em fingimento, despreocupado. Dentro de muito pouco tempo vai acontecer o seguinte: a China vai tornar o resto do mundo supérfluo. Não vai ser preciso existir mais ninguém, de tanto que vai existir a China. O nosso destino é, enquanto a China cresce, irmos ficando cada vez mais desnecessários. Em, o quê? Vinte anos? A China terá o maior parque industrial, com a mão-de-obra mais abundante e portanto mais barata, da Terra, e produzirá de tudo para o maior mercado consumidor da Terra que será qual? O dos chineses, mesmo ganhando pouco. A China concentrará toda a atividade econômica do planeta entre as suas fronteiras. A China se bastará.
Mas não pense que vamos ficar assistindo ao espetáculo da auto-suficiência chinesa da cerca, esperando alguma sobra. Antes de se tornar definitivamente autocapaz a China terá que garantir as fontes da sua energia. O seu inevitável choque com aquele outro sorvedouro de combustível fóssil, os Estados Unidos, pelas últimas reservas de petróleo do mundo pode literalmente nos arrasar. Sugestão para a reflexão antes de dormir esta noite, se você conseguir dormir: o petróleo do Oriente Médio escasseando, dois monstros sedentos cuja sobrevivência depende do petróleo se enfrentando — e nós no meio. Ganhará o confronto final, nuclear ou não, quem tiver mais gente. A China tem muito mais gente do que os Estados Unidos.
Enquanto isto, a Índia… Mas chega. Reanime-se. A vida é boa, há borboletas, os pêssegos estão ótimos e a Copa vem aí. Eu, na verdade, não tenho com o que me preocupar mesmo. Estou a caminho da fase pré-fóssil e não estarei aqui quando tudo isto acontecer. Mas só queria avisar.
domingo, 3 de agosto de 2008
segunda-feira, 14 de julho de 2008
quarta-feira, 9 de julho de 2008
a vida continua...
domingo, 6 de julho de 2008
carpe diem
uma semana antes tínhamos tido a oportunidade de conversar com um pouco mais de calma, sentados que estávamos na coordenação, onde ele tinha ido verificar os horários do semestre que vem – semestre que, a despeito de todo o planejamento, ele não mais lecionará. na ocasião, lembro-me de havê-lo indagado o porquê de tanta pressa, de tanta atividade simultânea, sem entender exatamente como ele conseguia tempo para coordenar um curso de direito numa faculdade e dar aulas em duas outras, com o agravante de localizar-se uma delas fora da capital. em resposta ele me disse, com a ansiedade comum a todos aqueles que instintivamente pressentem o pouco tempo de que dispõem neste plano, que eu esquecia ainda da militância como advogado, do envolvimento freqüente em atividades da oab e do rotary, da esposa e do pequeno arthur, e da paixão pelo pára-quedismo, herança familiar do avô militar. lembro-me de havê-lo ligeiramente repreendido, destacando o perigo desnecessário dessa prática esportiva.
ontem ele foi a primeira pessoa que me veio à cabeça ao acordar. como coordenadora, sentia-me responsável por adverti-lo a respeito do cancelamento da disciplina de férias que ele daria na faculdade a partir de amanhã. a cancelamos por não contarmos, até o final do dia da última quinta-feira, com o número mínimo de alunos matriculados que justificasse o fechamento da turma. sabendo que ele estava em são paulo, e imaginando que talvez ele tivesse programado retornar no domingo apenas em função do início das aulas, quis oportunizar uma extensão da viagem, se ele assim entendesse conveniente. minha primeira providência do dia, portanto, foi enviar-lhe um e-mail avisando – e-mail que, a julgar pela ausência de resposta, ele jamais chegaria a ler. mal sabia eu, então, que caberia a mim, como última providência daquele mesmo sábado, enviar outro e-mail, desta vez para a larga lista de nossos docentes, comunicando a triste notícia de seu falecimento prematuro.
dona morte anda solta neste bissexto estranho e parece-me bastante prudente que a tratemos com toda a deferência. desafiá-la com saltos de pára-quedas e outras imprudências é de todo desaconselhável. dona vida, de sua parte, mostrou-se uma vez mais impermanente e imprevisível, e deixou-nos a todos consternados e a mim, em especial, (over)pensativa.
episódios como esse nos lembram, inevitavelmente, de nossa própria mortalidade. nos fazem repensar a vida e a maneira como a estamos conduzindo. deveria-nos mudar radicalmente o foco, as prioridades, o timing. mas não mudam mais do que por alguns poucos dias, o que eu avalio como uma tosca característica de nossa imperfeita humanidade. enquanto o sentimento está bem fresco, escrevo para eternizar minha impotência absoluta diante do imponderável, minha incalculável tristeza íntima de lembrar que cada dia desta vida é mais um dia a menos que um dia a mais. escrevo também, queridos, para pedir-lhes, como vinícius, que tomem vento, que tomem tento, que vivam o hoje, que amem em tempo integral, que se cuidem muito, que peçam proteção divina e que não se esqueçam que "esta vida é uma estranha hospedaria, de onde se parte quase sempre às tontas, pois nunca as nossas malas estão prontas, e a nossa conta nunca está em dia."
quarta-feira, 2 de julho de 2008
il y a toujours quelque chose d´absent qui me tourmente
paris — toda vez que chego a paris tenho um ritual particular. depois de dormir algumas horas, dou uma espanada no rodenirterceiromundista e vou até notre-dame. acendo vela, rezo, fico olhando a catedral imensa no coração do ocidente. sempre penso em joana d’arc, heroína dos meus remotos 12 anos; no caminho de santiago de compostela, do qual notre-dame é o ponto de partida — e em minha mãe, professora de história que, entre tantas coisas mais, me ensinou essa paixão pelo mundo e pelo tempo. sempre acontecem coisas quando vou a notre-dame. certa vez, encontrei um conhecido de porto alegre que não via pelo menos há 20 anos. outra, chegando de uma temporada penosa numa londres congelada e aterrorizada por bombas do IRA, na época da guerra do golfo, tropecei numa greve de fome de curdos no jardim em frente. na mais bonita dessas vezes, eu estava tristíssimo. há meses não havia sol, ninguém mandava notícias de lugar algum, o dinheiro estava no fim, pessoas que eu considerava amigas tinham sido cruéis e desonestas. pior que tudo, rondava um sentimento de desorientação. aquela liberdade e falta de laços tão totais que tornam-se horríveis, e você pode então ir tanto para botucatu quanto para java, budapeste ou maputo — nada interessa. viajante sofre muito: é o preço que se paga por querer ver “como um danado”, feito Pessoa. eu sentia profunda falta de alguma coisa que não sabia o que era. sabia só que doía, doía. sem remédio. enrolado num capotão da segunda guerra, naquela tarde em notre-dame rezei, acendi vela, pensei coisas do passado, da fantasia e memória, depois saí a caminhar. parei numa vitrina cheia de obras do conde saint-germain, me perdi pelos bulevares da ile de la cité. então sentei num banco do quai de bourbon, de costas para o sena, acendi um cigarro e olhei para a casa em frente, no outro lado da rua. na fachada estragada pelo tempo lia-se numa placa: “iI y a toujours quelque chose d’absent qui me tourmente” (existe sempre alguma coisa ausente que me atormenta) — frase de uma carta escrita por camille claudel a rodín, em 1886. daquela casa, dizia a placa, camille saíra direto para o hospício, onde permaneceu até a morte. perdida de amor, de talento e de loucura. fazia frio, garoava fino sobre o sena, daquelas garoas tão finas que mal chegam a molhar um cigarro. copiei a frase numa agenda. e seja lá o que possa significar “ficar bem” dentro desse desconforto inseparável da condição, naquele momento justo e breve — fiquei bem. tomei um calvados, entrei numa galeria para ver os desenhos de egon schiele enquanto a frase de camille assentava aos poucos na cabeça. que algo sempre nos falta — o que chamamos de Deus, o que chamamos de amor, saúde, dinheiro, esperança ou paz. sentir sede, faz parte. e atormenta. como a vida é tecelã imprevisível, e ponto dado aqui vezenquando só vai ser arrematado lá na frente, três anos depois fui parar em saint-nazaire, cidadezinha no estuário do rio loire, fronteira sul da bretanha. lá, escrevi uma novela chamada bem longe de marienbad, homenagem mais à canção de barbara que ao filme de resnais. uma tarde saí a caminhar procurando na mente uma epígrafe para o texto. por “acaso”, fui dar na frente de um centro cultural chamado (oh!) camille claudel. lembrei da agenda antiga, fui remexer papéis. e lá estava aquela frase que eu nem lembrava mais e era, sim, a epígrafe e síntese (quem sabe epitáfio, um dia) não só daquele texto, mas de todos os outros que escrevi até hoje. e do que não escrevi, mas vivi e vivo e viverei. pego o metrô, vou conferir. continua lá, a placa na fachada da casa número 1 do quai de bourbon, no mesmo lugar. quando um dia você vier a paris, procure. e se não vier, para seu próprio bem guarde este recado: alguma coisa sempre faz falta. guarde sem dor, embora doa, e em segredo.sábado, 28 de junho de 2008
metáfora das ampulhetas
domingo, 22 de junho de 2008
e o vento levou
segunda-feira, 16 de junho de 2008
conselho de quintana
que ele um outro amigo tem
e o amigo do teu amigo
possui amigos também...
sexta-feira, 13 de junho de 2008
primeira pessoa do singular
eu tenho: um rico e inatingível mundinho interior
eu gostaria de ter: menos consideração com o passado
eu gostaria de não ter: tanta imaginação
eu acho: que a vida tem vontade própria
eu odeio: superficialidade, confusão, ingratidão, insensibilidade, grosseria e coentro
eu sinto saudades: de tudo o que foi e já não é
eu faço: coleção de corujas
eu fiz e não faria de novo: comprar um carro amarelo ímola
eu fazia e deixei de fazer: comprar (e comer) bono de chocolate
eu escuto: meu celular tocando quando ele não está tocando
eu cheiro: à flor de maracujá
eu imploro: por uns feriados em 2008.2
eu pergunto-me: e se...?
eu arrependo-me: de pouco ou nada
eu amo: cada vez menos gente
eu sinto dor: (de ouvido) quando o avião começa a descer para aterrissar
eu sinto falta: de tudo o que poderia ter sido e não foi
eu sempre: agradeço pelo que tenho
eu não fico: me lamentando da vida
eu acredito: que os anjos moram nas bibliotecas e se encontram às 18h nos telhados dos edifícios
eu danço: flamenco (ainda?)
eu canto: enquanto dirijo
eu choro: em filmes, desenhos animados, despedidas, reencontros, casamentos, enterros, formaturas e congêneres
eu falho: no meu exercício diário de inteireza
eu luto: contra a minha vontade recorrente de fugir dirigindo um carro conversível ao som de sade - a cantora (minha fantasia não-sexual!).
eu escrevo: porque sou uma escritora frustrada
eu ganho: uma demão de verniz a cada paulada que levo
eu perco: um dia desta vida a cada dia que passa
eu nunca: digo nunca mais ou para sempre
eu estou: me descobrindo cada vez mais racional
eu sou: a menininha de vermelho de um poema de vininha
eu fico feliz: quando estou entre os meus
eu tenho esperança: de que o mundo não se acabe amanhã
eu preciso: ler epicuro, spinoza, schopenhauer e caio fernando abreu
eu deveria: dormir e acordar mais cedo, fazer exercício físico e comer mais proteína
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porque um quiz é a melhor coisa para se publicar num blog quando não se tem o que publicar num blog.
terça-feira, 27 de maio de 2008
a bênção, bahia!
quarta-feira, 21 de maio de 2008
avisa lá, avisa lá, avisa lá ô ô, avisa lá que eu vou...
quinta-feira, 15 de maio de 2008
noor-ho-tebbe
domingo, 11 de maio de 2008
once
minhas almas sensíveis amadas, façam-se um favor: assistam once. estou encantada. mais um filme europeu que entra na lista dos meus top 10. será minha trilha sonora diária nos próximos meses.
quarta-feira, 7 de maio de 2008
separação
Voltou-se e mirou-a como se fosse pela última vez, como quem repete um gesto imemorialmente irremediável. No íntimo, preferia não tê-lo feito; mas ao chegar à porta sentiu que nada poderia evitar a reincidência daquela cena tantas vezes contada na história do amor, que é história do mundo. Ela o olhava com um olhar intenso, onde existia uma incompreensão e um anelo, como a pedir-lhe, ao mesmo tempo, que não fosse e que não deixasse de ir, por isso que era tudo impossível entre eles. Viu-a assim por um lapso, em sua beleza morena, real mas já se distanciando na penumbra ambiente que era para ele como a luz da memória. Quis emprestar tom natural ao olhar que lhe dava, mas em vão, pois sentia todo o seu ser evaporar-se em direção a ela. Mais tarde lembrar-se-ia não recordar nenhuma cor naquele instante de separação, apesar da lâmpada rosa que sabia estar acesa. Lembrar-se-ia haver-se dito que a ausência de cores é completa em todos os instantes de separação. Seus olhares fulguraram por um instante um contra o outro, depois se acariciaram ternamente e, finalmente, se disseram que não havia nada a fazer. Disse-lhe adeus com doçura, virou-se e cerrou, de golpe, a porta sobre si mesmo numa tentativa de seccionar aqueles dois mundos que eram ele e ela. Mas o brusco movimento de fechar prendera-lhe entre as folhas de madeira o espesso tecido da vida, e ele ficou retido, sem se poder mover do lugar, sentindo o pranto formar-se muito longe em seu íntimo e subir em busca de espaço, como um rio que nasce. Fechou os olhos, tentando adiantar-se à agonia do momento, mas o fato de sabê-la ali ao lado, e dele separada por imperativos categóricos de suas vidas, não lhe dava forças para desprender-se dela. Sabia que era aquela a sua amada, por quem esperara desde sempre e que por muitos anos buscara em cada mulher, na mais terrível e dolorosa busca. Sabia, também, que o primeiro passo que desse colocaria em movimento sua máquina de viver e ele teria, mesmo como um autômato, de sair, andar, fazer coisas, distanciar-se dela cada vez mais, cada vez mais. E no entanto ali estava, a poucos passos, sua forma feminina que não era nenhuma outra forma feminina, mas a dela, a mulher amada, aquela que ele abençoara com os seus beijos e agasalhara nos instantes do amor de seus corpos. Tentou imaginá-la em sua dolorosa mudez, já envolta em seu espaço próprio, perdida em suas cogitações próprias - um ser desligado dele pelo limite existente entre todas as coisas criadas. De súbito, sentindo que ia explodir em lágrimas, correu para a rua e pôs-se a andar sem saber para onde...
[vinícius de moraes]
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tem alma de poeta todo aquele que consegue ver beleza na tristeza.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
ene-a-o-til
domingo, 27 de abril de 2008
amigos meus
sábado, 19 de abril de 2008
conselho de cervantes
terça-feira, 15 de abril de 2008
o amor por entre o verde
domingo, 13 de abril de 2008
é preciso amar as pessoas como se não houvesse o amanhã...
sexta fui ao tja assistir ao espetáculo de bruce gomlevsky como renato russo. em poucas palavras: original, nostálgico, denso e emocionante. saí tocada do teatro e com a sensação de que mereço mais noitadas culturais do que esta cidade é capaz de me oferecer. afinal, aquelas peças com os globais de terceiro escalão no celina queiroz definitivamente estão muito aquém das minhas expectativas. a companhia era boa, adulta e intelectualmente compatível, de maneira que a esticada no rosso e a garrafa de vinho chileno levaram a digressões muito interessantes. ando quase convicta de que um programa que aguça a sensibilidade cumulado a uma pequena dose de álcool leva às observações mais oportunas. no final da noite, depois de uma entusiasmada discussão, cheguei à conclusão de que, dadas as circunstâncias que podem levar a uma traição, homens e mulheres são igualmente passíveis de cometer uma infidelidade conjugal, e de que o que leva à estatística de que os homens traem mais do que as mulheres nada tem a ver com o velho mito das necessidades orgânicas, mas com o fato de que as mulheres são seres superiores e traem menos porque precisam de envolvimento emocional. quarta-feira, 9 de abril de 2008
sorte do dia:
cadê o pó de chocolate que estava aqui?
segunda-feira, 7 de abril de 2008
lado a lado b
o que não dá pé é ficar em cima do muro, colocar o lado a para tocar e ficar cantarolando as músicas do lado b... é o difícil exercício diário de inteireza ao qual todos nós deveríamos nos dedicar com mais afinco.
sábado, 5 de abril de 2008
prefixo des
"não, o melhor é não falares, não explicares coisa alguma. terça-feira, 1 de abril de 2008
segunda-feira, 31 de março de 2008
control c control v
domingo, 30 de março de 2008
confissão
quarta-feira, 19 de março de 2008
santa semana!
terça-feira, 18 de março de 2008
missa de 4º dia
sexta-feira, 7 de março de 2008
adeus velho mundo
cada instante é quase eterno,
passa devagar
se o seu mundo for o mundo inteiro
sua vida, seu amor, seu lar
cuide tudo o que for verdadeiro,
deixe tudo o que não for passar..."
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
micro-cosmos
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
a benção do silêncio
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
fundamental é mesmo o amor...
foi tanto amor antes e tem sido tanto amor depois que nem o desconforto de ter o pescoço costurado, nem a vida parada, nem as noites (mal) dormidas de barriga para cima, têm me tirado do sério. o telefone tocou e chegaram e-mails, mensagens e scraps dos quatros cantos desse brasil e de pelo menos dois continentes. gente dizendo que estava rezando, que ia mandar boas energias, que ia dar tudo certo. gente dizendo que eu ia fazer muita falta mas que segurava as pontas no trabalho até a minha volta. gente passando em casa um dia antes, de surpresa, só pra me dar um abraço e me deixar um cd de mantras. gente querendo saber como tinha sido a operação, como eu estava me sentindo, quando eu ia para casa, o que eu queria ver, ler, ouvir e comer. gente me despertando do meu primeiro soninho pós-cirúrgico tocando vinícius numa flauta doce do lado de fora do quarto do hospital (até agora estou aqui me perguntando se isso teria sido uma encomenda terrena - de algum de vocês - ou divina?). gente me visitando no monte klinikum e dizendo que eu estava com uma cara ótima, mesmo eu estando com uma cara péssima. gente me fazendo suquinhos, sopinhas, mingauzinhos, purêzinhos e mousse de maracujá. gente me trazendo häagen dazs de chocolate belga, tentando entender minhas mímicas, não me deixando só um só segundo, e ficando com o olho cheio d´água porque eu voltei para casa, sã e salva... estava absolutamente tranqüila e correu tudo bem, queridos. a "libertação da borboleta" foi um sucesso e as expectativas do por vir são as mais otimistas possíveis. voltei para casa em menos de um dia completo e a cada hora que passa me sinto um tantinho melhor (incrível como nosso corpo busca a perfeição e a cura a cada instante). agora é continuar quietinha por aqui até que eu me restabeleça por completo. queria agradecer o amor e as boas energias de todos e dizer que a gente sara mais rápido quando tem porque e por quem sarar. amo vocês. obrigada.domingo, 17 de fevereiro de 2008
prosopopéia
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
TRÊS EM UM
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
EFEITO BORBOLETA
domingo, 20 de janeiro de 2008
LIÇÕES DO ORIENTE
do mesmo diretor do fantástico finding neverland e baseado no best seller homônimo de khaled hosseini, o caçador de pipas é um daqueles filmes que ninguém assiste em vão. humano, forte, sensível e emocionante. não deixem de ver, queridos!sábado, 12 de janeiro de 2008
A CIGANA LEU O MEU DESTINO...
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
DUAS CIDADES, UMA VIAGEM
ah, queridos! permitam-me escrever minhas impressões de buenos aires. me ajudará a organizar meus sentimentos a respeito da cidade e quem sabe ajude alguém, algum dia, que esteja indo para lá e acabe me encontrando pelo google (?).
bom, muito provavelmente alguém já tenha escrito isso em algum lugar, mas me é inevitável fugir ao possível clichê de dizer que buenos aires é uma cidade híbrida. em poucas palavras, eu diria que ela conjuga o charme europeu com a decadência sulamericana. a 9 de julio tem um quê de nova york. a corrientes é a brigadeiro luís antônio. muitos outros pontos também lembram são paulo. la boca tem um certo ar de salvador. palermo é ipanema, com suas ruas estreitas e arborizadas, mas sem o mar. puerto madero é barcelona. e a recoleta, para fechar com chave de ouro, é paris. e todos esses lugares falam espanhol, com aquele acento charmosérrimo que diz cache, ao invés de calhe (calle); chô, no lugar de djô (yo); e assim por diante. as coisas todas muito baratas. um paraíso de compras para brasileiros, que agora estão favorecidos pelo câmbio. na minha mala voltaram quatro novas camisas da lacoste, algumas peças da zara y otras cositas más, sem contar o perfuminho básico do free shop e aquele rímel da mac que eu não tive coragem de comprar no rio no meio do ano. e já que estamos falando em dinheiro, o ideal é levar um tanto de reais, para trocar diretamente por pesos em casas não exploradoras (fuja daquelas que ficam no aeroporto, na calle florida ou dentro de shoppings), e abusar do cartão de crédito. dentre eles, o visa é, disparado, o mais aceito. o dinners não é aceito em todos os lugares. outra coisa interessante é dar preferência às lojas que têm tax free. comprando nelas a economia é ainda maior porque, além do benefício do câmbio, você será, desde que se submeta a uma pequena burocracia, restituído (em dólares) do valor correspondente ao imposto (procure os guichês do global refund no aeroporto de ezeiza). sobre onde ficar, prefira os hotéis do centro. a maioria deles perde o glamour do grande recuo da calçada, mas a comodidade de poder locomover-se a pé à calle florida, às galerías pacífico, ao obelisco e mesmo à recoleta pagam a perda. para quem quer ir mais longe, os taxis são grandes aliados. a dica, aqui, é só pegar aqueles que têm a inscrição radio taxi nas portas traseiras. os outros, igualmente pintados de preto e amarelo, mas sem o detalhe, não são muito seguros. locomover-se de táxi em buenos aires é muito barato. a corrida mais cara que fiz, cruzando boa parte da cidade, custou em pesos o equivalente a R$ 12. uma pechincha. o trânsito, no entanto, é absolutamente caótico, muito em razão das reivindicações diárias dos portenhos, que adoram um piquete e são um povo de memória, ao contrário dos resignados brasileiros - nos quais, naturalmente, me incluo. durante os cinco dias em que estive por lá houve greve dos funcionários da construção civil, que reivindicavam segurança no trabalho; manifestações pelo aniversário dos seis anos da renúncia do de la rua e pelos três anos do incêndio que vitimou quase duas centenas de pessoas - a maioria jovens - na boate cromañon. andar a pé, no entanto, sempre foi e sempre será a melhor maneira de se conhecer uma cidade. também vale tomar pelo menos um ônibus ou um metrô, para incluir-se na rotina dos habitantes e experimentar o lugar como morador, e não apenas como turista. comer e beber em buenos aires é uma maravilha para os amantes das carnes e dos vinhos. os guarda-sóis da cerveja quilmes, espalhados por toda a cidade, são um convite tentador mesmo para não-apreciadores. para quem não curte carne vermelha, como eu, o lance é se contentar com boas massas, acompanhadas dos mesmos bons vinhos, ou cair de boca nas padarias e nos indescritíveis sorvetes. os da heladería freddo são, de fato, de outro mundo. eu diria, sem exagero, que seria capaz de tomar um avião e ir até lá só para tomar um sorvete de dulce de leche granizado, de preferência no pátio externo da charmosa loja da recoleta, onde pessoas tomam displicentemente seus cafés, acompanhados de alguma galletita e de um copinho de água com gás, enquanto amigos, amantes e cachorros (o golden retriever da foto chamava-se lúcio) dividem o espaço do jardim parisiense da frente com os mortos do cemitério (foto 1) mais poético que já vi na vida. ainda sobre o tema gastronômico, alfajores não podem faltar na bagagem de mão da volta. os havanna são os mais tradicionais, mas vale levar alguns abuela goye de chocolate semi-amargo con dulce de leche. também na bagagem de mão, para amantes do idioma espanhol e de autores hispanohablantes, como eu, não pode faltar um exemplar de alguma obra recém lançada. voltei com la suma de los días, da fantástica isabel allende, que obviamente devorei durante meus dias em são paulo. mas o que de melhor voltou na minha bagagem emocional, e o que ficou mesmo gravado no coração, foi o presente, absolutamente inesperado, que ganhei de buenos aires em minha última noite na cidade: a despedida de julio bocca (ma-ra-vi-lho-so bailarino argentino, mundialmente conhecido) dos palcos, o que aconteceu num armado em pleno obelisco, com direito à participação de bailarinos do royal e do american, e com "palhinha" de ninguém menos que mercedes sosa, para uma platéia de mais de duzentas mil pessoas. lindo demais ver o reconhecimento daquele povo a um artista que levou o nome da argentina para o mundo inteiro. emocionante demais vê-lo dançar, pela última vez, entre outras coisas, os pas-de-deux d´o corsário, do cisne negro e - o meu preferido, por supuesto - dom quixote . gracias julio!
*curiosidades e serviços de utilidade pública: os vendedores de lojas e atendentes de restaurantes não te dão a mínima; os taxistas são simpáticos e mais cultos que muitos políticos brasileiros; as facas não cortam e as tomadas são tortas, de maneira que não é possível plugar nenhum eletro-eletrônico sem solicitar um adaptador (em espanhol, peça um adaptador de enchufe). o antigo enfado argentino parece haver sumido com o reconhecimento de que o turismo tem sido essencial para o reerguimento do país pós-crise; a pobreza não é tão miserável quanto a brasileira e não gera qualquer sensação de insegurança e o estádio do boca está completamente sucateado. ah! e cuidado com os dinheiros falsos na hora de receber troco. suspeite de notas muito novas.
SÃO PAULO, TE AMO, SÃO PAULO...
o congestionamento em são paulo começa no céu. depois de esperar exatas duas horas, dentro do avião, em ezeiza, porque precisávamos seguir uma fila para decolagem e porque havia uma greve dos controladores de vôo em montevideo, tivemos que ficar sobrevoando santos por uma hora porque não era possível entrar no espaço aéreo paulistano. menos mal que eu tinha isabel allende no colo, que a lua estava cheia e que sou do tipo que se distrai com esses pequenos mimos da natureza. passava das 23:00 horas do domingo, dia 23, ante-véspera do natal, quando desembarcamos em guarulhos, e agora o congestionamento - acreditem - era em terra. a 23 (de maio) e a paulista completamente paradas. ê são paulo! durante os quinze dias que fiquei desta vez, me revezei entre a cama (dormi muiiiiiiiito), a casa de amigos, bons restaurantes e padarias, alguns starbucks (o do cruzamento das alamedas santos e campinas tem uma varandinha que é o máximo) e a reserva cultural (para quem não conhece, um pequeno complexo que une um café, um restaurante, uma pequena livraria, um corredor de exposições temporárias e algumas salas de cinema de arte, tudo no térreo baixo no prédio da gazeta, no coração da paulista, a três quadras de onde me hospedo). lá, aproveitei para ver o bonito o amor nos tempos do coléra, adaptado do livro, de mesmo título, de gabriel garcía marquez, e o imperdível a vida dos outros (das leben der anderen), ganhador do oscar de melhor filme estrangeiro no ano passado - que vão chegar a fortaleza provavelmente só em 2010. não pude ir dar minha olhada anual no rosa e azul de renoir porque o masp estava fechado em razão do furto do retrato de suzanne bloch, de picasso, e d´o lavrador de café (vulgo negão do pezão, que é o nome que eu dou para ele quando jogo leilão de arte), de portinari, surrupiados sem resistência dias antes de minha chegada e resgatados ontem pela polícia. também acabei não indo ao encontro de gilberto freyre na estação da luz, por circunstâncias que não valem a pena mencionar. as predições algorianas pareceram confirmarem-se, mais uma vez, porque eu nunca senti tanto calor em são paulo. essa estada na paulicéia desvairada me confirmou a tese de que, ao contrário do rio, que por razões óbvias nos causa amor à primeira vista, é preciso ir seguidas vezes a são paulo para entendê-la e apaixonar-se por ela. me provou, também, que além da cidade da diversidade cultural e racial, são paulo é agora a cidade, por excelência, da diversidade sexual. tinha gay bonito saindo pelas culatras do bistrol, da galeria dos pães e do fran´s café da haddock lobo - sem falar no frei caneca (vulgo gay boneca), que esse já é notório e sabido há tempos. e eu me sentindo, como sempre, bem demais, longe do provincianismo ainda característico da minha terra e perdida no meio daquela multidão cosmopolita, democrática e que não dá a mínima para a vida dos outros.
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tá aí, queridos, o resumo prometido das minhas férias merecidas. estou de volta, à minha casa, à minha vida, ao meu trabalho (tive uma reunião ontem para comunicar, entre outras coisas, que houve a supressão de uma semana de minhas férias e eu, que voltaria a trabalhar só no dia 21, retomo minhas atividades já na próxima segunda, dia 14 - quando a esmola é grande...). estou de volta também a esta biroska, de coração aberto para tudo o que me for consentido neste 2008 recém-nascido. na medida do possível (e do publicável), vou contando tudo a vocês.













